Ibovespa sobe 0,28%, e cai 4,79% no mês; Grupo Soma (SOMA3) e Arezzo (ARZZ3) disparam na sessão, Weg (WEGE3) e Santander (SANB11) recuam

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (31) com uma valorização de 0,28%, aos 127.752,28 pontos. Durante a sessão, chegou a registrar a máxima de 129.558,45 pontos, enquanto a mínima foi de 127.326,08 pontos. Já o volume financeiro totalizou R$ 27 bilhões. Apesar dessa alta, o índice de ações brasileiras terminou janeiro com uma queda mensal de 4,79%.

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Hoje na contramão de Nova York, o Ibovespa teve um respiro nesta última sessão de janeiro, embora em alta enfraquecida no fechamento, em fim de mês no qual equilibrou dias de recuperação (ao todo, 10) e recuo (12). O sinal negativo, contudo, mostrou-se mais agudo no intervalo, tendo em vista o nível recorde de 134,1 mil pontos em que o índice havia encerrado dezembro – movido pela expectativa global, que prevalecia então, de que o Federal Reserve começaria a cortar juros já em março, e não em maio ou além.

Assim, neste janeiro de relativa frustração de expectativas, a perda de 4,79% do índice da B3 é a maior para o mês desde o recuo de 6,79% na abertura de 2016 – foi também a pior retração mensal desde a queda de 5,09% em agosto passado. Hoje, as atenções dos investidores concentradas à tarde nos sinais do Federal Reserve sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos.

O Ibovespa hoje se descolou do desempenho negativo registrado pelas Bolsas de Valores de Nova York, após a decisão do Federal Reserve sobre juros.

  • Dow Jones: -0,83%, aos 38.149,90 pontos;
  • S&P500: -1,61%, aos 4.845,53 pontos;
  • Nasdaq: -2,23%, aos 15.164,01 pontos.

O comunicado sobre a decisão do Fed incluiu, entre as novidades, um alerta de que o BC americano não espera que seja apropriado cortar juros até que se tenha maior confiança de que a inflação ao consumidor está caminhando de forma sustentável em direção à meta de 2%. Assim, pela ferramenta do CME, a chance de manutenção de juros em março voltou a ser precificada como a mais provável pelo mercado, passando de 43,6% antes do comunicado, para 52,8% por volta das 16h10. E a probabilidade de corte naquele mesmo mês recuou de 56,4% para 47,2%.

Por sua vez, o cenário de corte de 150 pontos-base a serem acumulados até o fim de 2024 ficou um pouco menos provável – passando de 39,5% para 38,8% -, mas ainda é a principal aposta dos investidores, reporta a jornalista Maria Lígia Barros, do Broadcast.

“O comunicado do Fed veio ainda bem conservador: seguiu comentando que a inflação cedeu, mas ainda não pode se desligar. Foi positivo ter retirado o trecho sobre possível aperto monetário adicional, mas negativo ter mudado a parte que falava sobre a economia desacelerar, mencionando agora que a ‘economia se expandiu em ritmo sólido'”, observa Marcelo Oliveira, CFA e co-fundador da Quantzed.

Arezzo e Grupo Soma agitam mercado

As ações do Grupo Soma (SOMA3) lideraram as altas do Ibovespa hoje, com forte salto de 17,55%. Em seguida vem Arezzo (ARZZ3), com forte valorização de 12,38%, após a confirmação, em fato relevante, de conversas entre as empresas sobre junção de operações – o que poderá envolver a unificação das bases acionárias, em companhia única com governança compartilhada.

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) também se destacaram no dia de hoje (31), com +5,56%. Apesar de não ficar no top 5, outra varejista que encerrou o pregão no campo positivo foi Casas Bahia (BHIA3), com alta de 3,82%.

Já entre as quedas, o principal destaque foi Raia Drogasil (RADL3), com -3,62%. Também estiveram entre as maiores baixas do dia os papéis de Assai (ASAI3) e Weg (WEGE3).

Em relação aos papéis com maior peso no Ibovespa, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 0,32%, enquanto as ações ordinárias (PETR3) ficaram próximas à estabilidade, com -0,02%. Já a Vale (VALE3) caiu 1,48%.

Maiores altas do Ibovespa

  • Grupo Soma (SOMA3): +16,81%
  • Arezzo (ARZZ3): +12,09%
  • Magazine Luiza (MGLU3): +6,06%
  • Cielo (CIEL3): +5,07%
  • Locaweb (LWSA3): +4,00%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Raia Drogasil (RADL3): -3,62%
  • Assaí (ASAI3): -2,78%
  • Carrefour (CRFB3): -2,07%
  • Weg (WEGE3): -1,97%
  • Santander (SANB11): -1,88%

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a maior parte da alta do Ibovespa hoje veio de uma correção técnica após um mês marcado por queda, em que o índice de ações chegou a cair 5% no mês de janeiro, diante do fluxo de saída do investidor estrangeiro.

No exterior, os investidores estiveram atentos à nova decisão do Federal Reserve (FED), que manteve os juros por lá. Fernandes diz que isso já era amplamente precificado, já que a expectativa é de que a taxa de juros dos Estados Unidos seria mantida.

Algumas das principais altas do Ibovespa foram de Arezzo (ARZZ3) e do Grupo Soma (SOMA3). A Arezzo trouxe a proposta de fusão com o Grupo Soma, que será avaliada pelo conselho do grupo nos próximos dias.

Outra ação que avançou hoje foi do Magazine Luiza (MGLU3), diante do otimismo do mercado em relação à oferta de ações, em que os controladores vão garantir um aporte de R$ 1 bilhão.

Segundo o especialista, o desempenho das ações de Casas Bahia (BHIA3) é explicado, em partes, pelas posições de short sendo cobertas antes do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). Além disso, a companhia quer emitir mais R$ 1 bilhão com Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) ancorando a oferta.

Já nas quedas do Ibovespa, Fernandes destaca Raia Drogasil (RADL3), cuja recomendação do Citi foi rebaixada para venda.

Já o Santander (SANB11) divulgou seu novo balanço, referente ao quarto trimestre de 2023 (4T23), com números abaixo das estimativas do mercado. Por fim, o Assaí (ASAI3) passa por uma correção já iniciada ontem (30), após uma forte valorização registrada nos últimos dias.

Último fechamento do Ibovespa

O Ibovespa encerrou o pregão desta terça (30) em queda de 0,86%, aos 127.401,81 pontos.

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João Vitor Jacintho

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