Ibovespa sobe aos 118,3 mil pontos; Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) avançam e GPA (PCAR3) dispara 13%

O Ibovespa fechou em alta de 1,46% hoje (29), aos 118.382,65 pontos, com a mínima de 116.682,51 pontos e a máxima de 118.622,75 pontos, com volume financeiro totalizando R$ 24,0 bilhões.

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Após três sessões em moderada correção, o Ibovespa retomou trajetória positiva nesta penúltima sessão do mês. Em dia de agenda carregada, um dos destaques foi a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabeleceu a meta de inflação de 2026.

Em junho, o índice da B3 volta a mostrar ganho na casa de 9%, a 9,27%, perto de superar o desempenho de dezembro de 2020 (+9,30%), então aos 119 mil no encerramento daquele ano – se sustentar avanço adicional amanhã, será o melhor mês para o Ibovespa desde novembro de 2020 (+15,90%).

O dia foi amplamente positivo para as ações de maior peso no índice. A Petrobras (PETR4) fechou o dia em alta de 0,45% para as ações preferenciais e de 1,10% para as ações ordinárias. Já os papéis da Vale (VALE3) avançaram 1,22%.

Os grandes bancos, como Bradesco (BBDC4), +1,26%, Itaú (ITUB4), +1,21%, e Santander (SANB11), +1,56%, também tiveram ganhos.

O Ibovespa hoje termina em linha com o desempenho das bolsas dos EUA.

  • Dow Jones: +0,80%, aos 34.122,45 pontos;
  • S&P500: +0,45%, aos 4.396,56 pontos;
  • Nasdaq: estável, aos 13.591,33 pontos.

“Os dados americanos do dia – como o PIB (final) dos Estados Unidos para o primeiro trimestre, acima do esperado, e o índice PCE para a inflação ao consumidor, com o índice cheio e o núcleo ainda em patamares altos – mostram a resiliência da economia de lá, ainda muito forte. As leituras resultaram em aumento dos rendimentos dos Treasuries, refletindo expectativa por aumento de juros no país”, diz Guilherme Paulo, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Mercado precificando agora 90% de chance de um aumento de 0,25 ponto porcentual na taxa de referência do Federal Reserve na próxima reunião, em momento no qual as autoridades monetárias, no mundo, começam a mostrar alguma divergência com relação ao grau de ajuste já promovido nas políticas monetárias, o que é um fator de atenção bastante importante para o mercado, ante essa incerteza”, acrescenta.

Contudo, “o fluxo de notícias corporativo favorável à recente redução das apostas em uma maior desaceleração global – a despeito do cenário contemplar juros altos por mais tempo – sustenta os ganhos das bolsas de EUA e Europa no mês”, observa em nota a Guide Investimentos.

O GPA, o Pão de Açúcar (PCAR3), e Yduqs (YDUQ3) dispararam na bolsa de valores hoje, avançando 13% e 10,08%, respectivamente.

Apenas 6 ações do Ibovespa fecharam em queda:

  1. 3R Petroleum (RRRP3): -1,04%
  2. Klabin (KLBN11): -0,65%
  3. Taesa (TAEE11): -0,30%
  4. Suzano (SUZB3): -0,27%
  5. Carrefour (CRFB3): -0,27%
  6. Azul (AZUL4): -0,05%

O dólar à vista fechou praticamente estável, com variação de -0,01%, a R$ 4,8471, mas mais cedo trabalhava em campo levemente positivo.

Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, destaca que o dólar hoje que fechou estável (-0,01%, cotado a R$ 4,8471), trabalhando em linha com os pares internacionais, assim como os juros, apesar de não ter se mantido ao final da sessão.

Além disso, os contratos de juros mais curtos como 2024, 2025 e 2027 trabalharam no campo negativo, enquanto os contratos de juros mais longos 2029 e 2033 estavam levemente positivos.

“Temos o mercado de juros calmo, assim como o mercado de câmbio também. O risco de cauda que existia no mercado, que seria o CMN alterar a meta de inflação, foi eliminado. Na minha opinião, todos entenderam ali que não era o momento propício para isso. Então, esse cenário faz com que juros e dólar, que poderiam apresentar um movimento de estresse caso viesse alguma notícia nesse sentido de alteração, estão sob controle”, diz o mestre em finanças.

Em entrevista coletiva após a divulgação do relatório trimestral de inflação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje que a autoridade monetária também “quer baixar os juros”, assim como vem pedindo o governo e o setor produtivo, mas que não pode fazer nada que desestruture o processo econômico no futuro.

Ele disse também que o BC está “otimista” com o cenário para a inflação e as expectativas para os preços. “As expectativas estão em caminho positivo. Estamos otimistas. Já venho falando há uns meses que a inflação tem ido para baixo e o crescimento, para cima”, acrescentou o presidente do BC.

“A entrevista do Campos Neto, hoje, contribuiu para animar a Bolsa ao mencionar otimismo, citando dados de PIB, inflação e mercado de trabalho. Reduziu também os ruídos que emergiram após a divergência de tom entre o comunicado da semana passada, após a decisão do Copom sobre a Selic, e a ata da reunião, divulgada anteontem”, observa Guilherme Paulo.

Outro ponto de destaque na agenda desta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou no fim da tarde, nos ajustes finais do Ibovespa – que até então mostrava alta de 1,58%, e teve leve oscilação, enquanto o índice futuro acentuava ganho a 1,65% -, a decisão sobre a meta de inflação de 2026, mantida a 3% (com 1,5 ponto porcentual de intervalo).

A deliberação era aguardada com muita expectativa no mercado, e veio também a confirmação, conforme se esperava, de que a meta passará a ser contínua, e não mais vinculada a ano-calendário. A mudança passa a valer em 2025 – quando terá expirado o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Antes da decisão, em entrevista ao colunista Fernando Dantas, do Broadcast, o economista Sergio Werlang, ex-diretor do Banco Central e que participou diretamente da implementação do sistema de metas de inflação no Brasil, disse considerar que uma meta de 4-4,5% seria melhor para o País do que 3%, por causa da rigidez orçamentária brasileira.

O que movimentou o Ibovespa hoje?

Segundo Leandro Petrokas, o Ibovespa hoje (29) sobe com investidores monitorando a reunião do CMN, que acontece hoje.

Nos destaques do Ibovespa hoje, temos Pão de Açúcar (PCAR3) disparando com as repercussões sobre a notícia de que um banqueiro bilionário da Colômbia ofereceu R$ 4 bilhões por 96% das ações do Éxito.

A notícia agradou o mercado, já que o Éxito faz parte do “guarda-chuva” do grupo Pão de Açúcar. Nesta semana também houve um comunicado do Cassino dizendo que a empresa se interessa em vender ativos na América Latina.

Outro destaque de alta veio com as ações da educacional Yduqs (YDUQ3). O papel está “muito forte” desde o anúncio de resultados do 1T23. Além disso, soma-se a esse otimismo a expectativa de queda dos juros de mercado.

Posteriormente, a ação da Yduqs passou por uma realização de lucros. No dia 27 de junho, o Credit Suisse divulgou um relatório reforçando sua recomendação neutra para a empresa, mas colocando um preço alvo de R$ 21.

“Então, esse movimento comprador tem relação com esse relatório dando preço-alvo de R$ 21. Lembrando que hoje também o mercado foi às compras de small caps e ações mais sensíveis à taxa de juros”, explica Petrokas.

Outro destaque foram as ações da Ambipar (AMBP3), que provavelmente refletem o anúncio de uma reestruturação da diretoria, o que traria de volta o seu fundador, Tércio Borlenghi Júnior, na função de CEO, assim como a nomeação do seu filho Guilherme como COO.

“A volta do Tercio seria para enfrentar o desafio de reenergizar o ritmo de crescimento depois de dois trimestres mais fracos. Eu acho que o mercado recebeu bem a notícia. Cabe ressaltar que as ações estavam meio que abandonadas em bolsa, por assim dizer, dentro de um range de preços desde o começo do ano. O mercado andou e as ações ficaram meio que paradas praticamente desde o começo do ano. Com essa nomeação, vemos que o mercado recebe bem essa notícia”, diz o especialista.

Outro ganho relevante veio com as ações da Ultrapar (UGPA3), em meio a reação ao relatório do Goldman que aumentou o preço-alvo do papel, que registrou a máxima de dois anos, desde julho de 2021.

Na ponta negativa se destaca 3R Petroleum (RRRP3), embora um relatório recente do Goldman Sachs tenha reiterado a compra da ação.

“O mercado não está muito comprador, não está muito convicto na compra das ações. Me parece que aquela notícia do follow-on, de abril, ainda está fazendo preço. Vemos que o mercado não está muito convicto com os resultados da empresa e, mesmo com uma discreta alta do petróleo hoje, a 3R cai hoje”.

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), empresas do setor de papel e celulose, também caem hoje (29). O preço da celulose cai já há algum tempo e são empresas com parte da sua receita auferida em dólar. Assim, o dólar mais fraco também pesa no desempenho desses papéis.

No Ibovespa hoje, se observou um melhor desempenho das ações do setor de frigorífico, com JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), em reação à notícia de que a China liberou a entrada de carne bovinas, depois do caso típico de mal da vaca louca.

Maiores altas e baixas hoje (29)

Última cotação do Ibovespa

O Ibovespa encerrou a sessão de ontem (28) em queda de 0,72%, aos 116.681,32 pontos.

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João Vitor Jacintho

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