Ibovespa perde os 105 mil pontos e devolve ganhos de 2022; Magazine Luiza (MGLU3) cai 10%

O Ibovespa hoje opera em queda de 1,9% aos 106.207 pontos. O índice digere os novos balanços divulgados no fim do pregão de ontem  e antes da abertura de hoje, além dos ajustes de juros da ‘Super quarta’.

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Às 13h30, o Ibovespa ampliou a queda para 3,08% e devolveu os ganhos de 2022, que teve um trimestre marcado pelo fluxo estrangeiro favorável e por bons resultados em renda variável.

Desta forma, o Ibovespa hoje lida com uma Selic de 12,75% a.a., além de uma alta de 0,5 p.p. de juros nos EUA, pelo Federal Reserve.

Na ponta positiva do índice, a Gerdau (GGBR4) sobe 2% na contramão do índice. Outras dolarizadas também sobem, já que a moeda americana marca R$ 5 em alta de 0.7% no intradia.

Enquanto isso, digerindo os balanços e os ajustes de juros, a BRF (BRFS3) cai 12% e a Magazine Luiza (MGLU3) cai 10%. Além disso, a Totvs (TOTS3) despenca 10%, na ponta negativa do Ibovespa.

Nos mercados internacionais, baixas de altas de cerca de 1% no premarket de Wall Street em alta volatilidade para o mercado americano, ante altas na Europa, com avanço de 0,7% no Stoxx-600, índice pan-europeu.

Nos indicadores, os dados dos Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego vieram em 200 mil nos EUA, pior do que o esperado. Já o Reino Unido manteve sua taxa de Juros em 1%.

Notícias que irão movimentar o Ibovespa hoje

  • BRF tem prejuízo bilionário e reverte lucro
  • Ambev tem receita acima do esperado
  • Petrobras tem grandes expectativas para o seu balanço

BRF (BRFS3) reverte lucro e soma prejuízo de R$ 1,546 bi no 1T22

BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ 1,546 bilhão no primeiro trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 22 milhões reportado no primeiro trimestre do ano passado, informou a companhia em comunicado divulgado nesta quarta-feira (4).

receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 12,04 bilhões, aumento de 13,7% sobre os R$ 10,592 bilhões de igual trimestre de 2021. A empresa atribuiu o resultado ao cenário econômico brasileiro e geopolítico mundial que pressionou negativamente o desempenho da companhia no primeiro trimestre.

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF nos primeiros três meses do ano alcançou R$ 121 milhões, queda de 90,2% ante a soma de R$ 1,234 bilhão registrado no mesmo intervalo do ano anterior. A margem do Ebitda ajustado foi de 1%, ante 11,6% na mesma base comparativa.

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Em comunicado enviado à imprensa, a BRF informou que a dívida líquida ficou em R$ 12,588 bilhões, R$ 2,73 milhões a menos que o reportado de janeiro a março de 2021. Com isso, a companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 2,83 vezes, contra 2,96 vezes no mesmo período do ano anterior.

“A queda de renda da população brasileira, somada à alta da inflação global, impactou o planejamento operacional da BRF no período, com uma perceptível quebra de volumes. Este cenário afetou o varejo alimentar, levando o setor a adequar seus estoques nos primeiros meses de 2022, o que também impactou as vendas da companhia”, disse a BRF em nota.

Balanço da Ambev vem melhor do que o esperado, mas Ibovespa puxa ações

Ambev (ABEV3) fechou o primeiro trimestre de 2022 (1T22) com lucro líquido de R$ 3,5528 bilhões, alta de 29%. O número consta no resultado financeiro da companhia, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta quinta-feira (5).

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Segundo o balanço da Ambev, a companhia cresceu seu lucro ajustado em 28,6% na base anual, para R$ 3,551 bilhões, em alta de 28%. Já o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado saltou 3,7% no 1T22, totalizando R$ 5,522 bilhões.

receita líquida da companhia chegou à R$ 18,44 bilhões, um crescimento reportado de 10,8% e de 18,5% orgânico. A receita líquida por hectolitro saltou R$ 409, 7% no resultado reportado e 14,5% no orgânico, segundo o resultado da Ambev.

Desta forma, a receita da companhia fica levemente acima do consenso dos analistas, que mirava R$ 18,222 bilhões e um Lucro por Ação (LPA) de R$ 0,18, podendo variar entre R$ 0,16 e R$ 0,19.

Os analistas do BTG projetavam uma receita líquida de R$ 18,346 bilhões, um Ebitda de R$ 5,425 bilhões e um lucro líquido de R$ 2,447 bilhões.

Ao mesmo tempo, a estimativa da XP Investimentos era de uma receita líquida de R$ 17,751 bilhões, um Ebitda de R$ 5,041 bilhões e um lucro líquido de R$ 2,360 bilhões.

Segundo o release de resultados da companhia, a Ambev no 1T22 teve esse crescimento de quase 30% na linha final do balanço por conta do crescimento do Ebitda e melhores resultados financeiros.

As ações da Ambev caem 2,5% em meio à baixa generalizada da bolsa.

Mercado aguarda balanço da Petrobras e espera dividendos fortes

Petrobras (PETR4) irá divulgar nesta quinta-feira (5), após o fechamento do mercado, os resultados do período de janeiro a março de 2022. De acordo com os analistas do mercado financeiro, o balanço da petroleira deverá refletir a alta no preço do barril de petróleo, com forte geração de caixa e boas margens no segmento de distribuição.

No primeiro trimestre de 2022, o preço do barril de petróleo Brent, referência para a Petrobras, subiu 23% na comparação trimestral e 60% na comparação anual, para uma média de US$ 93 o barril.

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Soma-se a isso o aumento na produção nacional de óleo e gás, o resultado esperado pelos bancos é de fortes ganhos, que deverão ser revertidos na forma de dividendos pela Petrobras.

Segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustiveis (Ineep), o lucro da Petrobras no 1T22 deverá ser de R$ 42,6 bilhões. Valor abaixo do projetado pelos bancos.

As estimativas do Itaú BBA apontam para um lucro líquido de R$ 46,198 bilhões. Já o BTG fica próximo, com projeção de R$ 47 bilhões de lucro, auxiliado por ganhos não recorrente, segundo o banco. Abaixo desses valores está a projeção do Goldman Sachs, com R$ 39,2 bilhões de lucro líquido.

Última cotação do Ibovespa

No pregão da véspera, o Ibovespa fechou a 108.344 pontos. Em alta de 1,7%, o índice mantinha tendência de alta, revertida pelo Ibovespa hoje.

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Eduardo Vargas

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