Ibovespa interrompe sequência de quedas e volta a subir de olho em solução fiscal
O Ibovespa interrompeu nesta terça-feira (3) uma sequência de quedas em quatro pregões consecutivos e avançou 0,56%, aos 137.546,26 pontos, com giro a R$ 21,8 bilhões na sessão. O índice da B3 oscilou durante o dia dos 136.174,84 aos 137.672,31 pontos. Na semana e no mês, o Ibovespa avança 0,38%, colocando a alta do ano a 14,35%.

A operação caminhava para uma quinta queda consecutiva pela manhã, até a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu encontrar uma solução conjunta com o Congresso para a crise fiscal, impulsionada nas últimas semanas pela tentativa do governo de ampliar a arrecadação por meio de alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“A fala do presidente foi mais política do que econômica, mas que era aguardada com alguma apreensão pelo mercado, especialmente se trouxesse algo no sentido de mais gastos públicos. Teve algo sobre crédito, mas não chegou a assustar”, analisou Rubens Cittadin, operador de renda variável da Manchester Investimentos. Segundo ele, o Ibovespa reverteu de vez a tendência a partir de relato sobre efeito de arrecadação no setor de petróleo e gás.
Durante o dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou uma nova rodada de reuniões com líderes parlamentares no fim de semana, o que esvaziou a expectativa de que a proposta para desbloquear o impasse sobre o aumento do IOF pudesse ser encaminhada pela equipe econômica até a sexta-feira (6).
Haddad disse ainda que há alinhamento entre Executivo e Legislativo para dar um passo mais ousado no encaminhamento das medidas que serão uma alternativa ao decreto do IOF. As declarações foram feitas após almoço no Palácio da Alvorada com Lula e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de outros integrantes do governo.
Ibovespa: confira as principais altas e baixas do dia
O Ibovespa fechou em alta com suporte das cotações dos bancos, à exceção do Itaú Unibanco (ITUB4, -0,32%). O Santander fechou em alta (SANB11, +0,75%), em dia positivo também para Bradesco (BBDC3, +1,21%; BBDC4, +1,73%). Entre as commodities, Vale (VALE3, -0,06%) e Petrobras (PETR3, +0,37%; PETR4, -0,26%), fecharam em queda.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Na ponta de ganhos, destaque em geral também para ações do ciclo doméstico, com o Magazine Luiza (MGLU3, +7,44%) liderando as altas. No lado oposto, a JBS (JBSS3, -3,38%) teve a maior das quedas.
Bolsas de Nova York sobem com siderúrgicas em destaque
As bolsas de Nova York retomaram fôlego no início da tarde e fecharam a terça-feira (3), em alta, impulsionadas pelos setores de energia e tecnologia. O índice Nasdaq, em particular, voltou a registrar ganhos no acumulado do ano, mesmo com a persistência de incertezas em torno das negociações comerciais globais.
Confira os fechamentos do dia em Nova York:
- Dow Jones: 42.519,64 (+0,51%)
- S&P 500: 5.970,37 (+0,58%)
- Nasdaq: 19.398,96 (+0,81%)
As ações da Nvidia subiram 2,8%, depois que a consultoria Jefferies incluiu a fabricante de chips de IA em sua lista de “Franchise Picks”. O analista Blayne Curtis espera que os chips Blackwell elevem a margem bruta da Nvidia para 70% a 80% neste ano, acima dos 61% do primeiro trimestre fiscal. Dados da Dow Jones indicam que a empresa pode ultrapassar novamente a Microsoft, em breve, como maior empresa dos EUA em valor de mercado.
As ações da Tesla ganharam 0,5%, enquanto a empresa se aproxima do lançamento do seu serviço de táxi autônomo treinado com IA, segundo informações do CEO Elon Musk. Relatos do mercado indicam que o lançamento está marcado para 12 de junho.
Com Estadão Conteúdo