Ibovespa recua 0,07% após renovar recorde intradiário; setembro fecha com ganhos de 3,4%
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O Ibovespa encerrou esta terça-feira (30) em leve queda de 0,07%, aos 146.237 pontos, após ter atingido durante o pregão a máxima histórica intradiária de 147.578 pontos. Mesmo com a realização de lucros no fim do dia, o índice acumulou em setembro valorização de 3,40%. No ano, os ganhos já chegam a 21,5%.

O dólar comercial também registrou instabilidade. Após oscilar ao longo da sessão, fechou em leve alta de 0,02%, cotado a R$ 5,323. Ainda assim, a moeda americana acumulou queda de 1,8% no mês.
Influências do cenário interno e externo
A sessão foi marcada pela cautela dos investidores, em meio à ameaça de paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown) e à queda do petróleo, que afetou o desempenho das ações da Petrobras. O dado do Jolts, que veio acima do esperado, reforçou a leitura de que o mercado de trabalho norte-americano segue aquecido, o que pode adiar novos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Leonardo Santana, especialista em investimentos e sócio da Top Gain, avaliou os movimentos do dia:
“Temos dois fatores centrais atuando em conjunto. De um lado, o cenário internacional ficou mais pesado, com bolsas virando para o negativo diante da crescente possibilidade de um shutdown nos Estados Unidos. Isso gera cautela global e aumenta a procura por ativos mais seguros, o que costuma valorizar o dólar. De outro lado, aqui dentro, a formação da Ptax puxou o câmbio para cima.”
Ele acrescentou que a queda do petróleo também pressionou Petrobras, enquanto a Bolsa não conseguiu sustentar os ganhos iniciais. “No começo do dia, a Bolsa chegou a descolar do cenário internacional e abriu em forte alta, mas isso não encontrou sustentação. Aos poucos, o mercado voltou a se alinhar ao humor externo, que piorou diante da ameaça de shutdown nos EUA.”
Apesar da cautela global no fim do mês, Santana destacou que setembro foi positivo para o mercado brasileiro: “Tivemos um cenário de otimismo global, puxado pela expectativa de cortes de juros nos EUA ainda este ano. Isso mudou o fluxo internacional de capitais. Nesse contexto, o Brasil se torna particularmente atraente, pois temos uma das maiores taxas de juros reais do mundo e uma Bolsa que ainda apresenta potencial de valorização.”
Desempenho das principais ações
As ações da Petrobras recuaram 1,1%, refletindo a queda de 1,4% do petróleo Brent no exterior. No setor financeiro, Itaú Unibanco avançou 0,56%, Bradesco ganhou 0,58% e Santander subiu 0,17%, enquanto Banco do Brasil caiu 0,14%. Vale teve leve alta de 0,52%.
No lado negativo, GPA desabou 9,72% após corte de recomendação do Citi, enquanto Magazine Luiza caiu 9,6% em realização de lucros. Entre as altas, MRV avançou 3,19% após anunciar a venda de terrenos nos EUA, acima das expectativas.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Fechamento das bolsas americanas
- Dow Jones: +0,18%
- S&P 500: +0,41%
- Nasdaq: +0,31%
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações da última segunda-feira (29), em alta de 0,61%, aos 146.336 pontos.