Ibovespa cai com tombo de Raízen (RAIZ4) e blue chips
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O Ibovespa registrou o segundo dia consecutivo de queda nesta quinta-feira (14), pressionado pelos desempenhos de Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Raízen (RAIZ4), além da fraqueza de Wall Street. O principal índice da bolsa brasileira encerrou o pregão com baixa de 0,24%, aos 136.355,78 pontos. O dólar à vista (USDBRL) fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,4171.

No cenário doméstico, o mercado acompanhou o pacote de contingência do governo anunciado na véspera, que inclui R$ 30 bilhões em linha de crédito, aportes de R$ 4,5 bilhões em fundos garantidores e até R$ 5 bilhões em créditos tributários a exportadores. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o plano é suficiente no momento, mas não descartou novos aportes fora da meta fiscal.
Os dados econômicos ficaram em segundo plano. O volume de serviços subiu 0,3% em junho na comparação com maio, o maior nível da série histórica, contrariando expectativa de queda de 0,1%.
Ibovespa reflete balanços e resultados corporativos
Entre as maiores altas do dia, Hapvida (HAPV3) se destacou, mesmo com redução do lucro líquido e do Ebitda na comparação anual. A companhia registrou a entrada de 58 mil novos membros em planos de saúde, superando expectativas e refletindo recuperação no segmento corporativo, segundo avaliação do Safra.
Na ponta negativa, Raízen (RAIZ4) liderou as quedas, com recuo de mais de 10% após a divulgação dos resultados do 1T26. A alavancagem da empresa disparou para 4,5x e a dívida líquida chegou a R$ 49,2 bilhões, um aumento de 56% em relação ao 1T25. Em consequência, a controladora Cosan (CSAN3) também figurou entre as maiores perdas do Ibovespa. Petrobras (PETR3; PETR4) caiu pela terceira sessão seguida, destoando da alta do petróleo Brent, enquanto Vale (VALE3) acompanhou a baixa do minério de ferro na China.
Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, comentou: “O mercado ainda digere o pacote de ajuda às empresas afetadas pelo tarifaço do Trump, que não foi bem recebido. Além disso, investidores estão atentos aos balanços e às perspectivas de endividamento das empresas.”
Desempenho das bolsas americanas
- Dow Jones: -0,02%, aos 44.911,26 pontos
- S&P 500: +0,03%, aos 6.468,54 pontos — no maior nível nominal histórico
- Nasdaq: -0,01%, aos 21.710,67 pontos
Nos EUA, o índice de preços ao produtor (PPI) de julho subiu 0,9%, acima das expectativas de 0,2%. O dado pressiona a inflação ao consumidor e reduz apostas de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima reunião. Investidores também aguardam a reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin, prevista para amanhã (15), sobre o fim da guerra na Ucrânia.
No Brasil, o dólar subiu levemente, e o volume de serviços de junho surpreendeu positivamente. Hoje à noite sai o balanço do Banco do Brasil, com expectativa de resultado fraco e revisão do guidance de dividendos. Amanhã haverá call de resultados, e sinais de melhora na inadimplência podem impactar o preço das ações.
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações da última quarta-feira (13) em queda de 0,89%, aos 136.687,32 pontos.