Ibovespa fecha em queda pelo 2° dia seguido; Cosan (CSAN3) sobe e Vale (VALE3) recua
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O Ibovespa encerrou as negociações desta terça-feira (2) em baixa de 0,67%, aos 140.335,16 pontos, emplacando a segunda sessão consecutiva de perdas. O pregão foi marcado pelo viés negativo vindo de Wall Street, pela divulgação de dados econômicos e pelas incertezas no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante o dia, o índice variou entre a mínima de 139.625,25 pontos e a máxima de 141.279,13 pontos. O volume financeiro girou em torno de R$ 19,2 bilhões. Para Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, esse início de setembro é reflexo de um movimento de correção: “A gente vem de um mês de agosto com recorde de alta e dólar em queda de mais de 3%. Agora temos um ajuste natural, com bolsa caindo e juros e dólar subindo, em meio a um ambiente global de maior aversão a risco.”
Altas e quedas do Ibovespa
Na ponta positiva, Cosan (CSAN3) voltou a se destacar, impulsionada por relatório do Bank of America (BofA), que reiterou recomendação de compra e elevou o preço-alvo para R$ 11. O banco destacou os avanços da companhia na redução de dívida e a expectativa de valor a ser desbloqueado com um possível aumento de capital na Raízen. Com isso, CSAN3 engatou sua quinta sessão seguida de alta.
Entre as quedas, Auren (AURE3) e C&A (CEAB3) recuaram, pressionadas pela realização de lucros e pela abertura da curva de juros. Entre as blue chips, Vale (VALE3) caiu apesar da leve alta do minério de ferro no mercado internacional, refletindo preocupações sobre a economia chinesa. Já Petrobras (PETR3; PETR4) acompanhou a valorização do petróleo Brent, que avançou 1,45% em Londres, e fechou em alta.
Segundo Correia, a pressão sobre o setor de commodities e bancos tem sido um dos destaques recentes: “Vale recua acompanhando a desaceleração chinesa, enquanto os bancos sofrem risco de retaliação após movimentações políticas envolvendo o Banco do Brasil. Isso gera cautela adicional entre investidores.”
Cotação do câmbio hoje
O dólar à vista encerrou em alta de 0,64%, negociado a R$ 5,4748. No mercado futuro, o contrato mais líquido avançou 0,62%, cotado a R$ 5,511.
Exterior
Os mercados internacionais também pesaram no desempenho da B3. Em Nova York, os índices acionários caíram após novos dados do setor industrial e em meio às incertezas sobre as tarifas comerciais do governo Trump. O PMI industrial avançou de 48,0 para 48,7 em agosto, mas ainda sinaliza contração pelo sexto mês seguido, abaixo da expectativa de 49,0.
Além disso, uma corte federal considerou ilegais as tarifas impostas pela Casa Branca, embora tenha mantido as medidas em vigor até 14 de outubro para recurso na Suprema Corte. O presidente Donald Trump afirmou que pretende recorrer já nesta quarta-feira (3).
Confira o fechamento em Wall Street:
- Dow Jones: -0,55%, aos 45.295,81 pontos
- S&P 500: -0,69%, aos 6.415,54 pontos
- Nasdaq: -0,82%, aos 21.279,63 pontos
Na Europa, o Stoxx 600 recuou 1,50%, a 543,17 pontos, enquanto na Ásia os índices fecharam mistos.
Correia lembra que setembro tende a ser um mês delicado para os mercados internacionais: “Historicamente, setembro é o pior mês para Wall Street. Nos últimos 10 anos, o S&P 500 caiu em todos os setembros. Esse histórico pesa sobre o investidor, que já chega mais cauteloso neste período.”
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações da última segunda-feira (01) aos 141.283,01 pontos.