O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira (8) com leve queda de 0,13%, aos 139.302,85 pontos, emendando a segunda baixa seguida e reduzindo ainda mais os ganhos acumulados no mês. Em julho, o índice sobe apenas 0,32%. Na semana, já acumula perdas de 1,4%. No ano, ainda sustenta valorização de 15,8%.
O movimento desta terça refletiu o desconforto dos investidores com as novas ameaças tarifárias de Donald Trump a países do Brics, além da cautela com o cenário fiscal doméstico. Mesmo assim, papéis de peso como Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) seguraram perdas maiores no índice, com altas de 1,43% e 0,35%, respectivamente.
Na outra ponta, o varejo voltou a decepcionar. Ações de Magazine Luiza (MGLU3) caíram 2,31% após dados fracos de vendas no varejo em maio, o que reforçou a percepção de que o consumo segue travado. O recuo também afetou nomes como Casas Bahia (BHIA3), Raia Drogasil (RADL3) e Yduqs (YDUQ3), que operaram em baixa.
Entre os bancos, o desempenho foi misto, sem força para sustentar o índice. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 0,27%, Itaú Unibanco (ITUB4) caiu 0,24%, enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) registraram altas discretas de 0,24% e 0,41%, respectivamente.
“O Ibovespa estava bastante descontado nos últimos meses e, mesmo com ruídos políticos, tem atraído algum apetite por risco. Mas a postura dos investidores ainda é de cautela, principalmente com a instabilidade fiscal e o cenário externo conturbado”, avalia Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos CEA.
Segundo ele, a piora da percepção de risco foi suavizada hoje por falas mais conciliadoras de países do Brics, como Índia e China, que afastaram a possibilidade de adotar uma moeda única ou adotar posturas antiamericanas. “Esse posicionamento mais brando contribuiu para evitar uma queda mais forte na bolsa brasileira”, diz.
Além disso, Coelho avalia que a decisão do ministro Alexandre de Moraes de convocar os Poderes para discutir o orçamento e o IOF também trouxe alívio ao mercado. “Esse tipo de gesto de conciliação entre Legislativo e Executivo é visto com bons olhos pelos investidores, pois reduz a imprevisibilidade e pode abrir caminho para uma agenda mais construtiva”, afirma.
Dólar fecha em queda
O dólar comercial caiu 0,59% nesta terça-feira, cotado a R$ 5,45 na venda. Mesmo assim, no acumulado da semana, a moeda ainda sobe 0,4% e, no mês, 0,22%. No ano, no entanto, o dólar já recua 11,88% frente ao real.
Bolsas americanas oscilam com foco nas tarifas
Em Wall Street, os principais índices acionários encerraram o dia sem direção única, com os investidores digerindo os desdobramentos das ameaças comerciais de Trump e seus impactos sobre a economia global.
“O mercado começa a avaliar melhor o pacote bilionário de gastos que Trump tenta emplacar no Congresso, com destaque para os setores de tecnologia e defesa. Isso pode favorecer empresas dos EUA e reequilibrar parte do risco externo”, explica Coelho.
- Dow Jones: -0,14%, aos 39.386,20 pontos
- S&P 500: +0,12%, aos 5.325,89 pontos
- Nasdaq: +0,36%, aos 16.720,33 pontos
Maiores altas e baixas do Ibovespa
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (7) em queda de 1,26%, aos 139.489,70 pontos.
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