Ibovespa renova recorde e engata 14ª alta: mercado celebra apetite global por risco
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É recorde atrás de recorde! O Ibovespa começou a semana em ritmo histórico. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,58%, aos 154.961 pontos, e chegou a renovar máxima intradia em 155.601 pontos, em meio a um ambiente global de otimismo com o possível fim do shutdown nos Estados Unidos. Foi a 14ª alta consecutiva, sequência que não se via desde 1994.
Setores em destaque
A alta foi generalizada. Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) sustentaram o índice com ganhos firmes, acompanhando a valorização do petróleo e o bom humor nas commodities. Pão de Açúcar (PCAR3) e Lojas Renner (LREN3)também se destacaram, impulsionadas pela expectativa de queda dos juros — um fator que continua a atrair investidores para o mercado de ações.
Entre as companhias ligadas ao setor produtivo, Suzano (SUZB3) e Usiminas (USIM5) fecharam em alta, mesmo sem gatilhos relevantes no noticiário. Para Bruno Shahini, especialista da Nomad, “a percepção de que o ciclo de cortes de juros nos EUA pode seguir em ritmo gradual reforça o apetite por risco e beneficia moedas e ativos emergentes como o Brasil”.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Cotação do dólar hoje
O dólar à vista recuou 0,51%, a R$ 5,3076, no menor patamar desde 23 de setembro. Nos Estados Unidos, as bolsas também fecharam no azul: Dow Jones (+0,42%), S&P 500 (+0,36%) e Nasdaq (+0,28%).
O cenário de alívio em torno do shutdown reduziu a demanda global por proteção, fortalecendo o real e ampliando o fluxo estrangeiro na B3, que já soma mais de R$ 1 bilhão em entradas somente neste mês.
Próximos passos do mercado
Na agenda desta semana, os investidores acompanham o IPCA de outubro, além dos dados de serviços, varejo e produção industrial no Brasil. No exterior, o foco se volta ao CPI dos EUA e aos indicadores de atividade e emprego da China, que podem balizar as próximas decisões sobre juros globais.
Com o índice superando recordes e atraindo novo fluxo comprador, o mercado local confirma um cenário de bull market. “O touro venceu”, resumiu uma analista. Apesar das altas expressivas de 2025 — o Ibovespa já acumula quase 30% de valorização no ano —, projeções de casas de investimento ainda apontam para 170 mil a 180 mil pontos em 2026.
O investidor, porém, deve manter cautela: “o momento é positivo e previsível, mas o ritmo acelerado pode abrir espaço para uma realização técnica”, pondera Sidney Lima.
Em meio ao otimismo global, o Ibovespa segue mostrando força — e, por enquanto, o touro continua firme no comando da Bolsa brasileira.