Ibovespa atinge marca histórica dos 164 mil pontos; apenas dois ativos recuam
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O Ibovespa sobe praticamente desde a abertura dos negócios desta quinta-feira, 4, e com quase todas as 82 ações da carteira em alta, renovando recordes. Iniciou em 161.759,78 pontos, saltando quase cerca de 2.300 pontos em relação à máxima (164.057,62 pontos).
Já de início, os agentes financeiros se depararam com o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com taxa menor do que a esperada, reforçando apostas de queda da Selic em breve.
“Há um apetite por risco renovado”, diz Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, ao referir-se ao ambiente levemente positivo no exterior, devido à expectativa de um novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na quarta-feira que vem nos EUA.
A valorização aqui reflete o avanço moderado das bolsas de Nova York nesta manhã e do petróleo no exterior. O contraponto é o recuo do minério de ferro em Dalian, na China.
Por que o Ibovespa está subindo?
O bom humor é praticamente generalizado, diante da expectativa de queda dos juros nos EUA na semana que vem e indicação de afrouxamento monetário pelo Banco Central brasileiro na decisão também da próxima quarta-feira, o que estimula fluxo de estrangeiros, principalmente.
Com o Índice Bovespa acima do nível atual, a indicação é de que tem forças para ir além, avalia Kevin Oliveira, sócio e advisor da Blue3. Hoje, diz, tem o estímulo do PIB do terceiro trimestre. Nos próximos dias, a tendência é que isso continue devido à sazonalidade. Terminar até 171 mil pontos é factível”, avalia.
Quanto ao quadro interno, Bruna Sene cita a alta do PIB do terceiro trimestre um pouco abaixo da esperada pelo mercado, o que reforça a expectativa pelo início do ciclo de cortes da Selic. “O mercado ficará bastante atento ao comunicado do Copom na semana que vem, para ver quando as quedas dos juros começarão”, afirma. Para o encontro da próxima semana, espera-se manutenção da Selic em 15% ao ano.
Ainda, fica no foco a votação da Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2026 nesta quinta-feira. Nos EUA, saíram os pedidos de auxílio-desemprego semanais, reforçando mercado de trabalho aquecido, o que deixa os índices de ações com taxas moderadas em Nova York, após ontem a pesquisa ADP do setor privado mostrar fechamento de vagas.
De todo modo, as apostas são de que o Fed promoverá novo corte dos juros na quarta-feira que vem. “A expectativa de uma nova queda de 0,25 ponto porcentual na semana que vem tem aliviado a curva de juros brasileira há alguns dias. Isso também estimula o Ibovespa”, diz Oliveira, da Blue3.
Divulgado pela manhã, o PIB cresceu 0,1% no terceiro trimestre ante o anterior. O resultado ficou aquém da mediana de 0,2% das estimativas, que iam de recuo de 0,5% a alta de 0,4%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, houve crescimento de 1,8%, acima da mediana de 1,7% das expectativas. Os juros futuros e o dólar ante o real reagem em baixa.
Entre as commodities, o minério de ferro fechou em queda de 0,63% em Dalian, na China. Já o petróleo avança até 0,14% nesta manhã no exterior.
Ontem, o Ibovespa fechou com alta de 0,41%, aos 161.755,18 pontos, novo pico de encerramento.
Às 11h34 desta quinta, o Ibovespa subia 1,29%, aos 163.842,17 pontos, ante alta de 1,42%, na máxima a 164.057,62 pontos. Por volta das 12h, apenas Ambev (ABEV3) e Petz (PETZ3) operam em queda.
Com Estadão Conteúdo