Ibovespa sobe e encosta em recorde com Cosan (CSAN3); dólar recua
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O Ibovespa iniciou o mês de setembro com um avançado de 0,81%, fechando o pregão aos 140.993,25 pontos, e se aproximando dos 141.422,26 pontos, marca atingida em 29 de agosto. O índice retornou aos níveis recordes, impulsionado pela recuperação dos pesos-pesados e pela expectativa de um possível corte nos juros nos Estados Unidos, que manteve o clima otimista nos mercados globais.

O dólar comercial teve um movimento contrário, registrando uma leve queda de 0,11%, fechando a R$ 5,4468.
Destaques do dia: Cosan (CSAN3) brilha e garante alta
O bom desempenho do Ibovespa foi sustentado pelos “pesos-pesados”, com Cosan (CSAN3) sendo o principal destaque, após uma alta de 3,42%. A ação da empresa foi a mais negociada da B3, com investidores reagindo positivamente à perspectiva de desinvestimentos pela Raízen (RAIZ4), joint venture da Cosan com a Shell. A Cosan anunciou que está avaliando alternativas para aprimorar sua estrutura de capital e buscar novos investidores para a Raízen.
Vale (VALE3) também teve um papel importante, acompanhando a alta do minério de ferro, que subiu 1,67% nas bolsas chinesas. No entanto, Petrobras (PETR3; PETR4) teve um desempenho misto: a ação preferencial (PN) teve leve alta de 0,23%, enquanto a ordinária (ON) fechou em baixa de 0,44%, influenciada pelo comportamento do petróleo Brent.
Entre as maiores quedas, destacaram-se Brava Energia (BRAV3) e Azzas 2154 (AZZA3), que sofreram perdas devido a mudanças no alto escalão das empresas.
Dados econômicos e o cenário político no radar
Na agenda econômica, o destaque ficou para a balança comercial brasileira, que registrou um superávit de US$ 6,1 bilhões em agosto. O valor foi 35,8% superior ao observado no mesmo período de 2024, apesar dos impactos da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, que entrou em vigor em 6 de agosto.
Além disso, a expectativa de corte de juros nos EUA segue no radar dos investidores, com dados do mercado de trabalho que reforçam a percepção de desaceleração da economia americana. O mercado está cada vez mais convencido de que o Federal Reserve (Fed) pode reduzir sua taxa de juros em setembro, após os últimos dados sobre o auxílio desemprego e o PMI industrial.
Perspectivas para a política monetária e impacto nas bolsas
O mercado continua monitorando os dados econômicos dos Estados Unidos, que ajudam a calibrar as expectativas sobre o futuro da política monetária. O relatório de empregos (payroll), que será divulgado amanhã (5), será crucial para entender se a desaceleração no mercado de trabalho pode resultar em um corte nos juros do Fed.
Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, comentou sobre o impacto dos dados mais fracos nos EUA, destacando que a probabilidade de corte de juros nos EUA já está em níveis elevados, o que ajuda a manter o apetite ao risco no mercado e favorece a alta do Ibovespa.
Panorama externo e dólar
Cotação do dólar
O dólar fechou em R$ 5,4468, com uma queda de 0,11%, refletindo a melhora no apetite ao risco nos mercados internacionais.
Bolsas nos EUA
Os índices em Wall Street encerraram em alta, impulsionados pela expectativa de corte nos juros pelo Federal Reserve e os dados mais fracos de emprego nos EUA:
- Dow Jones: +0,77%, aos 45.621,29 pontos
- S&P 500: +0,83%, aos 6.502,08 pontos
- Nasdaq: +0,98%, aos 21.707,69 pontos
Última cotação do Ibovespa
O Ibovespa encerrou as negociações da última quarta-feira (3) em queda de 0,34%, aos 139.683,63 pontos