Guedes: quem prevê recessão para o ano que vem vai errar

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não acredita em uma recessão em 2022, estimada por “pessimistas” e “pessoas com narrativas que se desviam dos fatos”. Em entrevista à RedeTV ontem à noite, Guedes se disse cético em relação a “previsões pessimistas.”

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“Eu acho que vocês vão errar de novo”, disse o ministro. “Erraram quando disseram que o Produto Interno Bruto do Brasil ia cair 10% em 2020, erraram quando disseram que o Brasil ia ficar em depressão, erraram quando disseram que nós íamos para dívida PIB de 100%, e ela é 80%. É um erro colossal, 20% do PIB é mais de R$ 2,5 trilhões.”

Segundo Guedes, críticas feitas às suas falas de que a economia do Brasil voltaria em ‘V’ – isto é, com um forte crescimento após uma queda – se mostraram erradas. O ministro afirmou que a economia se recuperou em ‘V’, com um PIB superior ao nível de quando o País foi atingido pela pandemia de covid-19 e um desemprego de 12,6%, contra 12,4% no primeiro trimestre de 2020.

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“Quando acontece o ‘V’ e a economia fica em pé, eles rolam a desgraça para o ano que vem”, disse Guedes. “As narrativas não são baseadas nos fatos, e dizem que eu é que estou fora dos fatos.”

Segundo o ministro, “pessimistas” também disseram que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma ameaça à democracia e que o governo não conseguiria aprovar reformas, mas o País mostrou ter uma democracia robusta e o governo aprovou medidas como a privatização dos Correios e da Petrobras. “Não apostem contra o Brasil, porque as apostas contra o Brasil têm dado errado”, afirmou.

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Guedes: estamos lutando contra pandemia; inflação cederá em 2022

Guedes imagina que a taxa de inflação brasileira começará a descer no ano que vem. Em sua avaliação, a pandemia de coronavírus criou uma “economia de guerra” no mundo inteiro. “É a inflação mais alta dos últimos 30 anos nos Estados Unidos, China, Alemanha, e o Brasil também sofreu”, disse, ontem, em entrevista exclusiva ao Opinião No Ar da Rede TV.

No mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a 0,95% em novembro, ante 1,25% em outubro. Apesar do arrefecimento o resultado foi o mais elevado para novembro desde 2015 (1,01%). Além disso, a taxa acumulada em 12 meses foi a 10,74%, bem acima do teto da meta deste ano (5,25%). No Focus, a projeção mediana para IPCA em 2021 está em 10,18% e para 2022, em 5,02%, também acima da banda superior do ano que vem (5,25%).

De acordo com Guedes, o governo ainda está lutando para combater os efeitos da pandemia, protegendo 68 milhões de brasileiros, “as camadas mais vulneráveis”. Em sua visão, esses impactos estão ficando para trás. “O Brasil realmente saiu em ‘V’ crescimento em forma de ‘V’, caiu menos que o esperado. O Brasil se levantou. Agora, a inflação está aí como um legado, um efeito desastroso da pandemia”, afirmou, acrescentando que em 2021 o déficit primário em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) cederá de 10% para 1%, enquanto a economia crescerá 5%.

Há poucos dias de o Comitê de Política Monetária (Copom) ter elevado a taxa Selic de 7,75% para 9,25% e indicar novo ajuste de 1,50 ponto porcentual em fevereiro, o ministro limitou-se a fazer comentários e apenas saiu em defesa do Banco Central (BC). “O Banco Central está jogando na defesa, subindo o juro para conter essa onda inflacionária. Nós imaginamos ‘que a inflação comece a descer o ano que vem”, estimou.

“No mundo inteiro é responsabilidade do Banco Central o combate à inflação. Então, o ministro da Fazenda não pode comentar. Até porque ele é oficialmente independente. Aliás, o governo este foi o primeiro que teve a coragem de despolitizar a política monetária. Há vários casos de gente que tentou a reeleição manipulando o Banco central. É a primeira vez que o governo tem a coragem de despolitizar a moeda”, afirmou.

Na opinião de Guedes, a função do BC é justamente tomar conta do poder de compra do salário, das aposentadorias, da poupança e não ficar “falsificando” resultados eleitorais.

O ministro acredita que o Brasil será capaz de fazer a transição de uma economia de “guerra” para uma de “mercado”, vigorosa e com investimentos privados acontecendo, em suas palavras. Para se ter uma ideia, citou, o governo tem R$ 700 bilhões contratados em investimentos para os próximos oito, dez anos nos setores de gás natural, petróleo, saneamento, setor elétrico, cabotagem, ferrovias e aeroportos. “O Brasil está com um crescimento contratado, mas vai sofrer um pouco por causa desse combate à inflação”, diz.

Brasil tem de retomar caminho da prosperidade, diz ministro

O Brasil precisa avançar na agenda de reformas para escapar de uma armadilha de baixo crescimento, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista à RedeTV. Para Guedes, as ações do governo estão em sintonia com o que é necessário para impulsionar a atividade no País.

“Nós mudamos vários marcos regulatórios, fizemos a reforma da Previdência, estamos privatizando Correios, Eletrobras (ELET3). Estamos fazendo mudanças que tragam os investimentos privados para o Brasil, para que o Brasil volte a crescer”, disse o ministro.

Guedes argumentou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) está conduzindo uma transição de modelo econômico, após o que considera um fracasso do modelo anterior. Segundo o ministro, a esquerda governou o Brasil pelos 30 anos anteriores à eleição de Bolsonaro, com um modelo que prendeu o País no crescimento zero.

“Se você pegar os últimos dez anos, o Brasil cresceu zero. Nós podemos pelo menos explicar que caímos o nosso PIB Produto Interno Bruto porque teve a covid, uma pandemia que veio de fora. Mas e quem não teve covid nenhuma antes e conseguiu criar duas recessões de 3,5%?”, disse o ministro.

O PIB brasileiro caiu 3,9% em 2020, atingido pela pandemia da covid-19. Segundo Guedes, a economia do País já voltou a pulsar em 2021, com um crescimento do PIB em torno de 5% que já mostra um alívio para a atividade.

“O Brasil voltou a pulsar. Existem, naturalmente, oposicionistas fazendo narrativas muito negativas a respeito do futuro do Brasil, porque os juros vão subir, nós estamos combatendo a inflação. Isso realmente é um fator de contenção econômica. Mas, do outro lado, tem R$ 700 bilhões de investimento vindo aí com toda a força para botar o Brasil para crescer”, afirmou.

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“Alguns aconselham presidente a não fazer reforma administrativa”

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que enquanto o atual governo estiver no comando, continuará tentando fazer reformas. “Claro que a classe política vai querer se desviar para as eleições 2022, não vão avançar muito o barco. Mas a função da Economia é continuar cutucando. Enquanto tiver bambu, tem flecha”, disse, na entrevista ao Opinião do Ar da Rede TV!

Guedes ressaltou que muitas pessoas ao entorno do presidente Jair Bolsonaro o aconselhando a não fazer a reforma administrativa. “Eu acho um equívoco brutal. Porque a nossa reforma administrativa é basicamente um filtro, uma meritocracia, uma criação de critérios para o futuro. Nós não precisamos atingir nenhum direito do funcionalismo público atual, mesmo porque eles já deram a contribuição deles durante a pandemia”, afirmou.

O ministro citou que o governo controlou três grandes gastos e que agora, o quarto, são os precatórios. “Entramos e controlamos a primeira grande despesa, eram R$ 700 bilhões todo ano com a previdência, e crescendo de forma descontrolada. Entramos e controlamos essa despesa, demos previsibilidade para os gastos previdenciários, eles estão controlados.”

De acordo com Guedes, o segundo grande gasto era com juros da dívida. E, conforme ele, o governo agiu da seguinte forma, reduzindo a dívida/PIB e mudando a magnitude. Segundo o ministro, foi feita uma dose fiscal mais forte para os juros não ficarem tão altos, o que levou à economia de R$ 100 bilhões por ano em juro da dívida e R$ 100 bilhões por ano em previdência. Além disso, mencionou mais R$ 160 bilhões em dois anos, R$ 80 bilhões por ano, com salário do funcionalismo. “Não faria sentido ter aumento de salário durante a pandemia”, afirmou.

O ministro explicou que no caso desses R$ 16 bilhões, teve um impacto fiscal mais elevado do que se o governo tivesse feito a reforma administrativa. Segundo ele, essa reforma pode vir relativamente leve, tende a economizar R$ 30 bilhões por ano nos próximos 10 anos. “Então, ela está pronta para ser aprovada. Acho que a reforma administrativa dá voto”, afirmou.

Guedes: PT conseguiu ser eleito e reeleito por olhar social; nós temos esse olhar

Guedes afirmou ainda que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um olhar voltado a políticas sociais de auxílio aos mais pobres. Em entrevista à RedeTV na noite de ontem, Guedes atribuiu o sucesso eleitoral do Partido dos Trabalhadores (PT) justamente a essa preocupação, depois de anos sem políticas sociais no País, inclusive durante os períodos de hiperinflação.

“Houve muito pouca atenção para os mais frágeis. Até por isso que, depois, o PT, quando lançou os programas sociais, conseguiu ser eleito e reeleito várias vezes, exatamente porque deu esse olhar para o outro lado. Nós temos esse olhar social, estamos ajudando os mais frágeis”, afirmou o Guedes.

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Com informações do Estadão Conteúdo

Redação Suno Notícias

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