Grow: amor pela marca pode evitar roubo de patinetes

Se as duas únicas opções para ser respeitada é sendo amada ou temida, como disse o filósofo Nicolau Maquiavel, as empresas que oferecem patinetes e bicicletas compartilhadas estão escolhendo a primeira alternativa como forma de proteger seus ativos nas ruas do Brasil. E a Grow é uma delas.

Companhias como a joint-venture Grow, responsável pelas marcas Yellow e Grin, estão desenvolvendo programas para aproximar empresas e sociedade.

A meta é aumentar, de certa forma, o carinho e o respeito das pessoas em relação a empresa para diminuir o índice de perdas decorrentes de furtos, roubos e vandalismo em geral.

A constatação de Grow é que grande parte da vandalização dos equipamentos nas grandes cidades é causada por crianças e adolescentes que ficam nas ruas, segundo apurou o SUNO Notícias.

Por isso, a empresa busca, agora, uma aproximação com o público para amenizar tais problemas.

Grow investe em relação com a comunidade

A Grow é a companhia que lidera o movimento de fortalecer a marca com o público para preservação de ativos.

Saiba mais: Prefeitura de São Paulo barra Grow em reunião sobre patinetes

A join-venture lançou um braço da empresa chamado de “Comunidades” como forma de ampliar a presença da marca e criar uma simpatia nos habitantes como forma de desenvolver “defensores” da marca.

Um exemplo é a organização dos chamados “rolezinhos”, onde a marca apresenta as bikes e patinetes a comunidades. Ao todo, a Grow já realizou cerca de 22 edições em escolas da periferia de oito cidades no país.

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Apesar de não revelar os números, o SUNO Notícias apurou que, com o esforço, o número de ativos furtados e/ou danificados já é menor do que o previsto pela empresa.

Além disso, esse tipo de prejuízo já está precificado, segundo uma fonte com conhecimento do assunto.

Apesar de não abrir os números totais, só em 2019, mais de 2 mil patinetes já foram devolvidos por pessoas que não faziam parte da equipe de segurança da empresa.

É com esse foco que a Grow aposta agora para diminuir ainda mais os custos com perdas no médio prazo.

“Colocamos articuladores sociais e egressos de patinete conversando com esses meninos, para explicar que eles não podiam andar na rua por serem menores de 18 anos e não terem capacete”, disse Marcelo Loureiro, vice-presidente da Grow no Brasil.

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“Passamos a convidá-los para andar no nosso galpão aos finais de semana”, conclui Loureiro.

“Lovers” também cuidam dos ativos

Além disso, a Grow, que surgiu no mundo digital, também planeja uma aproximação com pessoas que possam se tornar embaixadores da marca, chamados “lovers”.

“Essa estratégia tem a capacidade de mudar comportamentos amplos. Esses ‘lovers’ começam a fazer a cabeça de outras pessoas, criando simpatia em relação a marca e também algo mais amplo, como uma mudança de mentalidade em relação ao bem privado”, disse Irene Knoth, professora de publicidade da FAAP (Faculdade Armando Alves Penteado).

Consumidores engajados são embaixadores da marca, segundo a especialista, são mais dispostos a defender a marca em épocas de contestação -como vem ocorrendo com as empresas de patinetes e bikes em São Paulo.

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“A marca precisa fazer com que a campanha seja maior que ela. Não é apenas sobre defesa da marca, mas sim o que essa marca defende”, afirmou Knoth.

A estratégia também busca fidelizar clientes em um momento em que o poder público discute limites a atuação dessas empresas em cidades como São Paulo, por exemplo.

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Na capital paulista, a prefeitura vem debatendo a regulação desse tipo de transporte na cidade e já entrou em confronto com as empresas em um passado recente.

Além da Grow, a Lime, empresa que tem como uma das principais acionistas a Uber, também oferece esse serviço no Brasil. Procurada, a Lime não respondeu a solicitação da reportagem.

Vinicius Pereira

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