Gripe aviária: Japão suspende importação de aves vivas do RS

O Japão suspendeu a importação de aves vivas do Rio Grande do Sul e de produtos avícolas do município de Montenegro (RS) após a confirmação de caso de gripe aviária reportado na última sexta-feira (16) em uma granja comercial no município. O embargo foi informado em comunicado para imprensa do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAF).

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O comunicado informa que a suspensão é temporária e direcionada à restrição na importação de aves vivas de todo o Estado e de carne de aves e ovos frescos de Montenegro. A cidade, na região metropolitana de Porto Alegre, foi onde houve o registro do primeiro foco no Brasil de influenza aviária de alta patogenicidade (IAPP, H5N1) em uma granja comercial de produção de matrizes de aves.

“A fim de tomar todas as medidas possíveis para evitar a entrada da doença no Japão, a importação de aves vivas do estado do Rio Grande do Sul foi temporariamente suspensa na sexta-feira, 16 de maio de 2025, e suspendemos temporariamente a importação de carne de aves e ovos frescos da cidade de Montenegro”, diz o comunicado. 

De acordo com a pasta, a autoridade sanitária brasileira informou sobre um surto de gripe aviária em uma unidade avícola em Montenegro. “A importação de aves vivas, carne de aves, ovos frescos com casca, entre outros, de países ou regiões afetados está suspensa para evitar que aves vivas mantidas no Japão sejam infectadas com o vírus, e não por razões de higiene alimentar”, esclarece o comunicado.

A regionalização das restrições está prevista no certificado sanitário acordado entre Brasil e Japão. Em julho do ano passado, o Japão concordou em regionalizar por município o protocolo de IAAP, conforme proposto pelo Ministério da Agricultura. Com isso, os embargos à carne de frango importada do Brasil serão restritos apenas aos municípios com casos confirmados de gripe aviária.

O Japão é o terceiro principal destino do frango brasileiro, respondendo por 8,8% das exportações totais do Brasil em 2024. No ano passado, o Brasil exportou 422,979 mil toneladas de carne de frango para o Japão, com receita de US$ 855,746 milhões. De janeiro a abril deste ano, os embarques de carne de frango ao Japão somaram 123,169 mil toneladas, com total de US$ 237,321 milhões, conforme números compilados do Agrostat – sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro.

Gripe aviária: nove destinos suspendem totalmente a compra

As exportações de frango e derivados de todo o território brasileiro já estavam suspensas para China, União Europeia, Canadá, África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul, conforme levantamento do Ministério da Agricultura. Nesses destinos, ainda não existe a regionalização das restrições, que vinha sendo negociada pelo governo brasileiro nos últimos meses.

De acordo com o ministério, autoridades dos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Filipinas ainda não se manifestaram sobre o status do fluxo comercial. O Brasil possui acordos de regionalização dos embargos em caso de gripe aviária com estes três países. Com os Emirados Árabes Unidos e com a Filipinas, os protocolos sanitários acordados preveem a restrição das exportações apenas da área afetada pela doença. Já o certificado sanitário acordado entre Brasil e Arábia Saudita prevê restrição da exportação de produtos avícolas de todo o Estado onde o caso foi confirmado.

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A expectativa do governo é que as suspensões possam ser reduzidas. O prazo para a flexibilização das suspensões pelos países parceiros vai depender da decisão de cada país e do andamento do foco de gripe aviária A regionalização dos embargos, contudo, não depende da conclusão do foco, contabilizado em 28 dias após a desinfecção do local afetado.

O Ministério da Agricultura estima que o Brasil pode deixar de exportar de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões em frango e derivados por mês em virtude da suspensão das exportações parcial ou total para alguns destinos.

Ministério investiga suspeita de casos em SC e TO

Uma suspeita de gripe aviária (influenza aviária de alta patogenicidade, H5N1) em granja comercial em Ipumirim, no oeste de Santa Catarina, é investigada pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO). A investigação consta da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do Ministério da Agricultura.

Ainda em plantel comercial, há outra investigação em curso de suspeita da doença em um abatedouro de frangos de corte em Aguiarnópolis, no norte de Tocantins, com previsão de emissão de laudo ainda nesta segunda-feira (19). 

Ao todo há seis investigações em curso. Além das duas suspeitas em plantel comercial, são investigados eventuais focos em produção de subsistência em Salitre (CE), Gracho Cardoso (SE), Nova Brasilândia (MT) e Triunfo (RS). As investigações estão em andamento, com coleta de amostra e ainda sem resultado laboratorial conclusivo, segundo as informações oficiais. 

No total, segundo dados do Ministério da Agricultura, há 164 casos da doença em animais silvestres no País (sendo 160 em aves silvestres e 4 em leões-marinhos), 3 focos em produção de subsistência, de criação doméstica, e 1 em produção comercial, somando 168 ao todo no País. De acordo com a pasta, há uma investigação em andamento, com coleta de amostra e sem resultado laboratorial conclusivo. 

Essas investigações são corriqueiras no sistema de defesa agropecuária nacional, já que a gripe aviária é uma doença de notificação obrigatória imediata aos órgãos oficiais de defesa sanitária animal do País. Produtores rurais, técnicos, proprietários, prestadores de serviço, pesquisadores e demais envolvidos com a criação de animais devem notificar imediatamente os casos suspeitos da doença ao Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Com Estadão Conteúdo

Redação Suno Notícias

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