Gria: HR Tech mira PMEs para ampliar digitalização da área de recursos humanos

Há algum tempo, o nicho de pequenas e médias empresas (PMEs) tem sido o foco das soluções inovadoras criadas pelas startups para melhorar o setor de empreendedorismo no Brasil. Não foi diferente quando Bernardo Matz identificou o segmento como ideal para trabalhar o desenvolvimento da área de recursos humanos por meio da Gria.

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HR Tech criada para atender PMEs, a Gria nasceu para levar tecnologia e otimização para uma parte do mercado que muitas vezes não tem condições de estruturar uma área de Recursos Humanos que acompanhe o tamanho da empresa ou mesmo sua necessidade de crescimento.

Bernardo Matz, cofundador e CEO da Gria, conta que o mercado de HR Techs no Brasil é fragmentado e focado em soluções para grandes empresas, enquanto o núcleo de pequenas e médias não dispõe do mesmo poder aquisitivo e tamanho operacional para usufruir das funcionalidades desses portais maiores de recrutamento e seleção.

“A plataforma de recrutamento e seleção é a principal forma de um profissional entrar no mercado de trabalho hoje em dia. É uma rede de relacionamento entre as empresas e os candidatos. O que percebemos é que o maior nicho de mercado de trabalho do Brasil, o de PMEs, não tem acesso a essa tecnologia de digitalização e esse é um dos pontos que a Gria foca em mudar”, diz Matz.

Criada em 2021 pelos sócios Bernardo Matz, Will Soares e Renato Barbosa, a Gria nasceu com o objetivo de oferecer soluções em recrutamento & seleção, treinamentos, ferramentas de engajamento e performance, tudo por meio do uso inteligente de dados.

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O Brasil tem hoje cerca de 700 mil pequenas e médias empresas, responsáveis por 80% da mão de obra do País. A Gria não é a única startup de recursos humanos que disputa esse “filão” do mercado.

Um levantamento realizado pelo hub de inovação Distrito, em 2020, mostrou que há cerca de 370 startups voltadas às soluções de RH, com diferentes modelos de negócios e abordagens, em um mercado fragmentado e cheio de potencial.

Para crescer e se destacar em meio à concorrência, o objetivo da Gria é trabalhar a otimização de dados e inteligência das informações para facilitar a vida do recrutador e dos candidatos. Além disso, a plataforma quer usar a captura de dados para ajudar na retenção e desenvolvimento de talentos das empresas.

A dor que a Gria resolve

Site da Gria. Foto: Reprodução
Site da Gria. Foto: Reprodução

Para entender mais desse setor, Bernardo Matz conta que a equipe da Gria fez um levantamento das principais dificuldades que candidatos e empresas encontram ao usufruir das principais plataformas de recrutamento e seleção disponíveis no mercado hoje.

Segundo Matz, para as empresas, os principais problemas são três: custos muito altos, burocracia no processo de abertura de vagas e demora em concluir o processo.

“Só pelo custo alto por vaga, uma parcela de empresas fica de fora dos serviços dessas HR Techs. Com o excesso de burocracia e demora do processo, mesmo empresas grandes precisam dispor de muita mão de obra e tempo para um serviço que deveria facilitar e dinamizar a área de RH, o que é contraditório”, explica o CEO da Gria.

Já na parte dos candidatos, Matz conta que a experiência é prejudicada com a falta de otimização do processo, que coloca uma série de etapas e dinâmicas que desanimam os profissionais pela repetição e tempo longo de candidatura.

“Um candidato em busca de emprego nessas plataformas precisa preencher uma série de informações que só é necessária depois da contratação, não antes. Precisa responder questionários e testes diversos, fica muitas vezes mais de uma hora em uma candidatura, para depois ir para outra e ter que fazer tudo de novo. São horas perdidas, além do desgaste emocional.”

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Com base nisso, o objetivo da Gria é se aproximar cada vez mais das PMEs que não têm acesso à digitalização da área de recursos humanos e melhorar a experiência dos candidatos, que, segundo Matz, “são os principais clientes de uma HR Tech”.

Para desenvolver essa tecnologia, no ano passado a Gria participou da sua primeira rodada de investimentos, quando captou R$ 1,1 milhão de investidores anjos. Com o valor, a startup planeja aumentar o quadro de funcionários, que tem atualmente 29 pessoas, e avançar no desenvolvimento da plataforma.

Em operação desde janeiro, a Gria alcançou 45 clientes no primeiro mês e meio de operação, em que 1.500 candidaturas foram abertas. Matz conta que o primeiro passo de digitalização e otimização do recrutamento e seleção já está no ar. Com o aporte, o próximo passo é trabalhar a inclusão e otimização de testes na plataforma, além do desenvolvimento da IA para o serviço de inteligência.

“A partir do momento que se tem inteligência para predições, a Gria pode levar para o cliente sugestões de movimentação interna para que determinadas pessoas possam continuar na empresa por mais tempo. Tudo a partir de dados e padrões de comportamento”.

Parceria de peso em tecnologia

Para comportar o volume de dados que uma plataforma de recursos humanos movimenta, a Gria conta com os serviços da Amazon Web Services (AWS), unidade de negócios da Amazon (AMZO34) que oferece infraestrutura em nuvem para empresas.

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A fintech opera com a infraestrutura da AWS desde a fundação. A conexão entre a startup e a empresa de computação em nuvem se deu por meio de um dos seus fundadores, Renato Barbosa, que era funcionário da AWS antes de se dedicar 100% à Gria.

“É uma parceria extremamente importante para nós, porque a economia de custos que temos ao utilizar a infraestrutura da AWS permite que esse dinheiro seja redirecionado para a área operacional e de pessoas da empresa”, conta o Will Soares, COO da Gria.

Segundo Will, hoje, a plataforma da Gria não usa servidores e opera somente por meio dos serviços da Amazon Web Services. “Para nós é muito interessante porque sempre podemos usar os melhores serviços e o que há de mais novo e melhor na parte de tecnologia. Já a Amazon ganha com seus novos serviços sendo testados pelas startups parceiras”, garante o diretor.

A AWS oferece uma série de benefícios para as startups que operam com sua infraestrutura. Essas empresas novatas possuem créditos para o uso da nuvem, um time de especialistas para dúvidas e ajuda na escolha dos serviços, além de oferecer um marketplace com outras startups para a partilha de soluções e parcerias em tecnologia.

A parceria entre Gria e AWS é importante para a HR Tech alcançar seu objetivo final, que é ser uma plataforma completa e acessível de recursos humanos para as PMEs.

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Monique Lima

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