Governo teme que sanções à Rússia atinjam venda de fábrica de fertilizantes da Petrobras (PETR4), diz jornal

O governo federal brasileiro passou a ter uma preocupação com as sanções econômicas impostas contra a Rússia após a invasão do território ucraniano. Entre as diversas possíveis consequências para o conflito, surgem novos entraves à finalização de fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. As informações são do portal G1.

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No mês passado, o grupo russo Acron anunciou a compra da fábrica de fertilizantes nitrogenados UFN 3. A fábrica pertencia à Petrobras (PETR4) e fazia parte do grupo de desinvestimentos da petroleira.

Na ocasião, a estatal reforçou o compromisso “com a ampla transparência de seus projetos de desinvestimento e de gestão de seu portfólio”.

A construção do parque industrial havia começado em 2011 e foi paralisada em 2014, após rompimento do contrato, por causa, segundo a Petrobras, de descumprimento pela empresa que havia vencido a licitação.

Em 2020, cerca de 80% da fábrica havia sido finalizada. Concluída, a unidade terá capacidade projetada de produção de 3.600 t/dia de ureia e 2.200 t/dia de amônia.

A venda da fábrica chegou a ser suspensa em decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que proibia a privatização de empresas estatais sem aval do Legislativo. A Suprema Corte, no entanto, reviu a decisão e retirou a proibição da venda de subsidiárias.

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O processo de venda só foi retomado no dia 14 de junho do ano passado, e finalizado em fevereiro deste ano, após superadas as preocupações do grupo russo com a dependência do gás natural importado da Bolívia, insumo essencial à produção.

Hoje, após as sanções anunciadas pelos governos dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia à Rússia, a administração da Petrobras e o governo brasileiro temem que as restrições atinjam a russa Acron, compradora da fábrica de fertilizantes, e azedem o negócio.

Além da UFN 3, a petroleira também colocou à venda a Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), a fim de aprofundar a estratégia de desinvestimento da companhia e saída do mercado de produção de fertilizantes no País.

A decisão aumenta a dependência do Brasil de fertilizantes importados – cuja oferta sofre estrangulamento pelo conflito no leste europeu, região que concentra grande parte dos produtores mundiais de insumos agrícolas.

Além da fábrica de fertilizantes comprada pelo grupo da Rússia, nesta terça-feira (1º) o governo foi avisado que a venda de fertilizantes de Belarus ao Brasil havia sido suspensa.

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Pedro Caramuru

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