Governo chinês admite que economia enfrenta dificuldades

O governo da China admitiu que a economia nacional ainda enfrenta muitas dificuldades. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal chinesa Xinhua. 

O Politburo do Partido Comunista da China infirmou sobre as condições complicadas da economia salientando, todavia, que 2019 começou como um ano com resultados positivos. Entretanto, a pressão negativa foi gerada por fatores estruturais e sistêmicos maiores do que os cíclicos.

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Na ata de uma reunião ocorrida no início desta sexta-feira, o Politburo analisou o cenário adverso. Segundo a liderança chinesa, essa situação exigiria que as autoridades permaneçam focadas e perseverem na resolução dos problemas.

Apoio a iniciativa privada

O governo da China indicou que uma das prioridades para o futuro é apoiar o setor privado e as pequenas empresas. A intenção é reduzir seus custos de
financiamento.

A reunião do Politburo foi presidida pelo presidente da China, Xi Jinping. Nela, o Executivo chinês prometeu estabilizar a demanda pressionando as
mudanças do lado da oferta e mantendo a desalavancagem estrutural.

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O Politburo também se interessou ao setor imobiliário, reiterando que “as casas são para viver, não para especular”. Por isso, foi exigido dos
governos municipais responsabilidade por suas próprias políticas de propriedade.

Crescimento estável mas complicado

No primeiro trimestre de 2019 o crescimento econômico da China foi de 6,4%. Um aumento moderado obtido somete graças aos esforços de Pequim de estabilizar o crescimento econômico após meses de dificuldades.

O Executivo chinês é determinado a manter o ritmo de crescimento, através de uma série de medidas, como estímulos para a vendas de carros, smartphones e eletrodomésticos. Está também sendo implementada uma estrutura política para reduzir a proporção de depósitos compulsórios, que os bancos menores têm de deixar de lado como reservas. O objetivo é aumentar a oferta de crédito e reduzir o custo dos empréstimos, principalmente aqueles oferecidos para as empresas.

Produção industrial que não cresce mais

No primeiro bimestre de 2019 o crescimento da produção industrial da China obteve o menor desempenho em 17 anos.

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A produção industrial do gigante asiático registrou um aumento de de 5,3% em janeiro-fevereiro, a menor taxa desde o início de 2002. Os números são reflexos da baixa demanda no cenário externo e interno. A expectativa era que a expansão industrial chinesa desacelerasse de 5,5% a 5,7% em dezembro.

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O crescimento em 2019 deve cair para o menor nível em 29 anos. Medidas do governo para tentar reverter a situação não estão fazendo o efeito esperado. Analistas acreditam que a atividade pode não se estabilizar de maneira convincente até o ano que vem.

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Devido o Ano Novo Lunar, a China junta dados de janeiro e fevereiro para amenizar as distorções criadas pelo feriado. Para os especialistas, os dados do primeiro trimestre  serão mais claros para verificar a real situação da primeira economia do mundo. De acordo com a Agência Nacional  de Estatísticas, sem a distorção sazonal, a produção avançou 6,1%.

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Desemprego na China

Por sua vez, o desemprego na China subiu, provocando alertas na economia do país asiático. A porcentagem de pessoas sem emprego em fevereiro passado subiu de 4,9% para 5,3% em relação a dezembro. O corte de vagas de emprego voltadas ao exterior puxou o índice para baixo. Porém, o número é menor do que o previsto pelo governo da China.

Pequim derrotada em disputa contra Washington

Além dos dados macroeconomicos negativos, a última semana o governo de Pequim teve que lidar com uma notícia negativa no âmbito comercial. Os Estados Unidos ganharam uma disputa comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC).  Com a vitória norte-americana, o país asiático fica proibida de fazer uso de cotas tarifárias para importações de arroz, trigo e milho.

A questão foi apresentada na OMC em 2016 pelo governo do então presidente norte-americano Barak Obama. O argumento utilizado pelos Estados Unidos foi o acesso ilimitado ao mercado da China.

A vitória dos Estados Unidos ocorre em momento de negociações comerciais entre as duas potências. Os países devem realizar duas novas rodadas de negociação em busca do acordo comercial nos próximos meses.

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De acordo com a agenda provisória, o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, junto ao secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, devem viajar para Pequim na semana do dia 29 de abril. Enquanto isso, o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, deve ir a Washington na semana do dia 6 de maio.

No início deste mês, o presidente Donald Trump, tratava o acordo comercial com China em tom otimista. No entanto, Robert Lighthizer, afirmou que há algumas questões pendentes entre as duas potências.

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Negociadores chineses e americanos tentam chegar em um consenso sobre as políticas tarifárias. De acordo com Trump, que na ocasião ser reuniu com o vice-primeiro-ministro, Liu He, ainda existem pontos de divergências incluem tarifas e a acusação de roubo de propriedade intelectual.

Guerra comercial

Em 2015, a China lançou o programa “Made in China 2025”, que tinha como objetivo fazer do país um líder mundial em setores, como aeronáutica, robótica, telecomunicações, inteligência artificial, veículos de energia limpa.

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Aliado da produção chinesa, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu favorável ao progresso da China. Contudo, Trump observou perdas norte-americanas com o novo plano chinês.

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Assim, os EUA pedem o fim de práticas comerciais que julga “injustas”, como transferência de tecnologia imposta a empresas estrangeiras na China, roubo de propriedade intelectual dos EUA e subsídios concedidos a empresas estatais chinesas.

Para “incentivar” Pequim a corrigir tais “injustiças” do comércio, a Casa Branca impôs novas tarifas de US$ 250 bilhões em produtos chineses. Em retaliação, a China aplicou tarifas adicionais a US$ 110 bilhões em produtos norte-americanos.

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Carlo Cauti

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