Febraban: explosão do golpe da falsa venda acende sinal de alerta no setor

Num Brasil cada vez mais conectado, o carrinho cheio nem sempre significa compra feita — às vezes é apenas o início do prejuízo. Enquanto consumidores correm atrás de ofertas e fretes grátis, criminosos correm mais rápido: o golpe da falsa venda disparou 314% no primeiro semestre e já lidera com folga o ranking de fraudes bancárias, segundo a Febraban.

Foram 174 mil casos, impulsionados por sites e perfis que reproduzem visual, linguagem e até atendimento de lojas reais. A alta acompanha uma transformação global no cibercrime, tendências mapeadas pelo Gartner mostram que grupos mal-intencionados passaram a usar inteligência artificial e identidades de máquinas para construir páginas e mensagens cada vez mais convincentes. É um terreno fértil para táticas que, como explica Félix Lauzem, Gerente de Cibersegurança da SEK, surgem “adaptando-as a diferentes contextos e perfis de vítimas” e resultam em sites falsos que são “réplicas quase perfeitas das páginas oficiais”. 

Criminosos mais sofisticados nos golpes

A naturalidade desses golpes não é acidental. Segundo Lauzem, trata-se de uma cadeia coordenada de ações, em que criminosos chegam a contatar vítimas “alegando compras inexistentes para obter novos dados ou até realizar roubos”. Para ele, diante desse nível de sofisticação, o primeiro filtro continua sendo o do próprio usuário: “ao receber uma oferta tentadora, o caminho mais seguro é acessar diretamente o site oficial da empresa ou do banco”, evitando links e mensagens que chegam por canais informais.

No lado das empresas, a resposta precisa ser igualmente ativa. Lauzem destaca a importância de “investir em mecanismos de detecção proativa” e agir rápido para derrubar domínios suspeitos de golpes, além de reforçar treinamentos internos e campanhas de conscientização. A prevenção, segundo ele, é decisiva, já que “essas fraudes tendem a se intensificar em períodos como a Black Friday e as promoções de fim de ano”.

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Maíra Telles

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