Gerdau (GGBR4): banco recomenda ações e minimiza rumores de descontos no preço do aço; veja por quê

Não é recomendável avaliar as ações da Gerdau (GGBR4) com base na possibilidade de descontos no preço dos aços longos no Brasil, diz o BTG Pactual. Para o banco, as preocupações referentes ao assunto são exageradas. Analistas afirmam que a Gerdau vai entregar um desempenho consistente no segundo trimestre, recomendando a compra das ações.

“Acreditamos que essas preocupações são exageradas e há pouco espaço para cortes de preços do aço, considerando o equilíbrio das importações e a equação de paridade para vergalhões no país”, diz o BTG.

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Dessa forma, a equipe do banco pontua que não venderia as ações com base em descontos de preços e acredita que os números para 2023 estão praticamente intactos. “Mesmo se você assumir um corte de 3% em preços (receita líquida por tonelada) durante o segundo semestre de 2023 (2S23), o impacto no Ebitda para 2023 seria apenas 2,5 a 3% menor – não é uma virada de jogo para o caso.”

O BTG projeta um Ebitda da Gerdau (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.) na faixa de R$ 15 a R$ 16 bilhões.

“Para nós, o quadro geral é: Gerdau continua barata, com um múltiplo de 3,3 vezes Ebitda projetado para 2023 e está entregando o máximo desempenho operacional consistente em nosso universo de abrangência”, afirmam os analistas.

Além disso, segundo o banco, o mercado dos Estados Unidos deve se manter resiliente, superando as expectativas, o que pode compensar eventuais desafios cíclicos no mercado brasileiro.

Com isso, o BTG recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 39.

Gerdau: divisão na América do Norte deve compensar resultados mais fracos no Brasil, avalia BTG

Atualmente, a divisão da Gerdau na América do Norte contribui com cerca de 50% do Ebitda da siderúrgica, em comparação com 25 e 30% de sua contraparte brasileira.

“Nós começamos o ano achando que os resultados da Gerdau nos Estados Unidos iriam cair por causa da recessão que se aproxima (que nunca chega). Até nós estávamos modelando de forma conservadora uma queda de 30 a 40% do Ebitda da Gerdau na América do Norte este ano”, afirmam os analistas

No entanto, a BTG crava que 2023 provavelmente terá uma América do Norte resiliente e um Brasil mais fraco, com esses fatores se compensando e implicando em pouco risco para as estimativas de ganhos. “As operações na América do Norte têm sido o principal impulsionador dos resultados da empresa nos últimos trimestres, mantendo as margens em 25-30%. Prevê-se que essa tendência continue, apesar das ações considerarem um cenário de pouso forçado.”

Um dos pontos que contribuem para esse cenário é o fornecimento de produtos siderúrgicos
para novos projetos de infraestrutura nos Estados Unidos.

No Brasil, apesar das condições de demanda mais desafiadoras, o BTG continua confiante na capacidade da Gerdau de manter lucros resilientes (margens Ebitda acima de 15%). “Entre os nomes sob nossa cobertura, a Gerdau se destaca como nossa principal escolha”, diz o relatório do BTG.

Gerdau lucra R$ 2,38 bilhões no 1T23

A Gerdau anotou um lucro líquido de R$ 3,21 bilhões no acumulado do primeiro trimestre de 2023 (1T23).

Com isso, o lucro da Gerdau aumentou 9,4% ante igual etapa do ano anterior.

Já o lucro líquido ajustado foi de R$ 2,388 bilhões nos primeiros três meses de 2023, uma redução de 18,8% na base anual. Assim, o resultado da Gerdau mostrou lucro líquido acima dos R$ 2 bilhões estimados pelo consenso Bloomberg de mercado.

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O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Gerdau no 1T23 foi de R$ 4,322 bilhões, um recuo de 25,8% em relação a igual período do ano anterior. Esse indicador ficou abaixo dos R$ 4,59 bilhões esperados pelo consenso Bloomberg.

A margem Ebitda ajustada atingiu 22,9% entre janeiro e março deste ano, queda de 5,8 pontos percentuais (p.p.) frente a margem registrada em 1T22.

A receita líquida somou R$ 18,872 bilhões no primeiro trimestre deste ano, representando uma quede de 7,2% ante igual etapa de 2022. O consenso Bloomberg projetava R$ 19,1 bilhões de receita para a companhia no período.

A produção de aço bruto foi de 3,0 milhões de toneladas no 1T23, sendo uma produção 12% menor do que a do igual período do ano anterior.

Já as vendas de aço totalizaram 3 milhões de toneladas no 1T23, representando queda de 2,5% ante igual etapa de 2022.

“Esse desempenho reflete uma demanda estável por aço nos primeiros meses do ano, bem como a resiliência dos nossos modelos de negócios, além do mindset ágil e inovador da companhia, centrado nos desafios e necessidades de seus clientes e demais stakeholders”, diz a administração da companhia.

Cotação

Na tarde desta segunda-feira (07), as ações da Gerdau caem 0,96%, cotadas em R$ 27,77.

Cotação GGBR4

Gráfico gerado em: 07/08/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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