Fundos imobiliários de CRIs verão ‘tempos difíceis’ quando os juros baixarem? Confira

Com uma eventual queda dos juros nos próximos meses, como ficarão os fundos imobiliários focados em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs)? Na visão de Marcos Baroni, vice-presidente de FIIs da Suno Research, eventuais quedas nas cotas e nos rendimentos dependerão da dinâmica de cada ativo.

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“Alguns fundos imobiliários de CRIs têm uma certa exposição ao CDI. Então, se os juros baixarem, possivelmente os rendimentos desses fundos também podem cair. Muitos dos fundos indexados à inflação estão descontados em relação ao seu valor patrimonial, justamente porque as pessoas estão fazendo essa comparação direta com os juros”, explica Baroni.

Segundo o especialista, para entender esse cenário, é necessário separar a resposta em duas partes. No caso dos FIIs indexados à inflação, se os juros caírem, “tendem a ter uma remarcação no valor patrimonial e mais atratividade, porque os juros não têm essa relação direta com a inflação”.

“Os fundos que são mais indexados ao CDI têm o propósito de serem pós-fixados. Isso faz com que eles continuem sendo interessantes, quando comparados com os juros. O rendimento por cota pode cair. Mas, quando comparado com a Selic e ao CDI direto, continuarão sendo vantajosos”, complementa.

Não vejo que as cotas irão cair quando os juros baixarem. Os dividendos de alguns fundos poderão cair, mas isso não quer dizer que eles perderão as suas atratividades.

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Fundos imobiliários e juros

Baroni ressalta que esse cenário terá que ser novamente analisado quando a queda dos juros ocorrer de fato.

“Quando vimos os juros indo lá para 2%, o rendimento foi muito impactado. Mas, se você olhar para um cenário base de juros entre 8%, 10% ou 12% nos próximos 12 a 24 meses, me parece que os fundos de recebíveis pós-fixados já têm essa correlação mais próxima com os juros e vão acompanhando naturalmente as quedas dos rendimentos. Isso não quer dizer que vá gerar um grande impacto nas cotas”, argumenta

“O que mais impacta a precificação desses fundos são os juros longos, não os curtos. Se eles também caírem, devem trazer um alívio para o valor patrimonial das cotas e os rendimentos, quando associados aos juros curtos, voltarão a ser mais atrativos”, diz Baroni.

Confira as maiores altas e baixas dos fundos imobiliários nesta sexta (14):

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Erick Matheus Nery

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