Fundos de Investimento: volume administrado por gestores sobe para R$ 460 bilhões

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) mostram que o volume administrado por gestores de fundos de investimento subiu 8,3% no semestre, totalizando R$ 460,4 bilhões.

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Os números indicam que entrada de 36 novas instituições de fundos de investimento – totalizando R$ 58 bilhões a mais – contribuiu para o crescimento do volume financeiro.

A ANBIMA aponta que o montante aumentou em todas as classes, com destaque para a renda fixa, que avançou 11,1%, passando de R$ 160,5 bilhões para R$ 178,3 bilhões entre dezembro de 2022 e junho de 2023.

“Em um cenário de Selic alta, é natural que os gestores busquem diversificação, rentabilidade e segurança em produtos menos arrojados, ampliado a participação da renda fixa na composição das carteiras”, afirma Fernando Vallada, diretor da ANBIMA.

No caso dos fundos de renda fixa – incluindo títulos públicos e FIDCs – houve maior peso no volume financeiro, respondendo por 61,2% do crescimento entre todos os ativos de renda fixa.

Já o patrimônio líquido da renda variável aumentou 4,4%, de R$ 135,9 bilhões em dezembro de 2022 para R$ 141,9 bilhões no final do primeiro semestre deste ano.

Os Fundos de Ações tiveram um leve recuo de 0,3% e totalizam R$ 84,6 bilhões.

“A aplicação em ações foi estimulada pelo Ibovespa, que terminou o semestre em alta, frente ao otimismo pela queda da taxa de juros, que se confirmou no início de agosto, pela redução nos preços e pelo arcabouço fiscal”, explica Vallada.

“Os fundos de ações, por outro lado, demoram um pouco mais para refletir esse movimento do mercado já que os juros ainda estão na casa dos dois dígitos, tornando, muitas vezes, o investimento, menos rentável em relação à própria Selic”, segue.

Produtos isentos de Imposto de Renda

O balanço de volumes financeiros da entidade também mostra que produtos isentos de imposto de renda cresceram 24%, totalizando R$ 35,2 bilhões.

As Debêntures incentivadas, por exemplo, avançaram 44,7%, chegando a R$ 7,1 bilhões. As LCIs e LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio, respectivamente) registraram variações positivas de 47,5% e 15,5%, totalizando R$ 5,8 bilhões e R$ 7,5 bilhões, respectivamente.

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As operações compromissadas recuaram 10,1%, para R$ 3,3 bilhões, enquanto debêntures tradicionais registraram queda de 7,8%, fechando o semestre com volume financeiro de R$ 11,4 bilhões.

Fundos de investimento imobiliário e multimercados crescem

Os dados da ANBIMA ainda revelam que os produtos híbridos foram puxados pelos fundos multimercados, considerando que o volume aplicado mostrou alta de 8,4%, para atuais R$ 125,6 bilhões em junho.

O volume investido em fundos imobiliários (FIIs) aumentou 13,7%, chegando a R$ 15,1 bilhões.

Os ETFs (Exchange Trade Funds), por sua vez, avançaram 27,7%, totalizando R$ 1,7 bilhão.

“As expectativas sobre a redução da taxa de juros, que permearam o noticiário econômico no semestre, e perspectivas positivas a respeito do novo governo deram fôlego a produtos mais arrojados como os multimercados”, ressalta Vallada sobre a mudança nos fundos de investimento.

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Eduardo Vargas

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