Está na hora de investir em fundos de ações?

Diante da sequência de resultados negativos na bolsa de valores neste mês, com 13 quedas consecutivas até esta sexta-feira (18), e perdas de 5,20% acumuladas no período com a onda global de aversão ao risco, muitos investidores se perguntam se é hora ou não de investir em fundos de ações.

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Segundo a XP Investimentos, sim.

No relatório assinado por Rodrigo Sgavioli e Clara Sodré, os fundos de ações apresentam sinais de recuperação. “Para além da performance recente negativa, com o alpha gerado pelos fundos de ações nos meses de maio e junho, a diferença entre o desempenho médio dos fundos e do índice Ibovespa foi reduzida. Com o inicio do ciclo de corte de juros, acreditamos na continuidade desse movimento”, dizem os analistas.

Outro ponto de atenção é o cuidado com o efeito manada. Segundo a XP, nota-se que o investidor compra mais fundos de ações quando a bolsa vai bem e vende suas posições em fundos de ações quando a bolsa começa a ter retornos baixos ou negativos.

“Esse movimento tende a ser extremamente negativo no longo prazo, visto que o investidor tende a se ancorar no retorno passado para escolher o momento certo de entrada”, completam.

Os analistas da XP ressaltam que mantêm uma visão positiva para a bolsa brasileira, que, apesar da performance negativa no curtíssimo prazo, pode oferecer boas oportunidades pela gestão ativa, especialmente para quem tem investimentos alinhados com horizontes de mais longo prazo.

Onda global de aversão ao risco. Mas Ibovespa sobe no ano

O relatório ressalta que o mercado de ações está negativo em agosto após quatro meses de altas. E o mês está sendo marcado por uma onda de aversão a risco global, impulsionada principalmente pelas preocupações quanto ao desempenho econômico da China e com as altas nas taxas de juros americanas, mais precisamente da Treasury de 10 anos, reflexo de uma piora na percepção fiscal quanto ao governo norte-americano, mas também de uma cenário em que os juros precisarão ficar altos por mais tempo.

Mas o relatório aponta que, apesar da queda expressiva nesses últimos dias, o Ibovespa segue com desempenho positivo no ano, com alta acumulada de 5,87%. Analisando o drawdown (que mede a maior queda em relação ao valor máximo atingido) do índice, observamos que o movimento recente de correção é menor do que o observado em março, um mês marcado por ainda mais incertezas políticas e problemas no sistema bancário ao redor do mundo.

Em relação à performance setorial do Ibovespa, tanto no mês de agosto, quanto no ano de 2023, as maiores quedas estão concentradas no setor de mineração e siderurgia, impactado principalmente pelas expectativas de desaceleração na China.

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No recente relatório sobre Perspectivas de Alocação por classe, a XP reforçou a continuidade de uma visão positiva para a bolsa brasileira, em linha com a manutenção de um cenário macro local favorável, expectativa de bons resultados (não extraordinários) das empresas, além do fluxo dos investidores locais, que ainda parecem estar começando a se posicionar.

“Reforçamos também que, em termos relativos globais, o Brasil continua bem posicionado frente aos seus pares emergentes do ponto de vista econômico; ainda tem valuation atrativo, com o Preço/Lucro projetado em 8,5x; e pode se beneficiar de fluxos estrangeiros que desistam da posição em China devido a reabertura comercial mais lenta e suave do país asiático”, completa.

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Fundos de ações sofrem em agosto

Como resultado da aversão a risco, os fundos de ações tanto Long Only, quanto Long Biased estão apresentando uma mediana de performance negativa no mês de agosto.

Os fundos de ações Long Only tiveram performance melhor do que seu benchmark, porém ainda registrando -2,74% no mês, enquanto os fundos de ações Long Biased, que têm como característica a possibilidade de manter uma postura mais defensiva, apresentaram maior resiliência no relativo, com uma variação de -1,87% no mês.

“Olhando para a frente, entendemos que a gestão ativa deve se destacar perante o índice Ibovespa, em linha com os setores que tendem a se beneficiar com a queda da Selic. A combinação de menores taxas de juros (mesmo que gradualmente) no futuro e uma perspectiva melhor para a atividade econômica nos últimos meses ajudam a impulsionar setores da bolsa que fazem parte da carteira dos fundos de ações”, finaliza o relatório.

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Allan Ravagnani

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