Fundo soberano da Noruega venderá fatias em empresas de petróleo

O fundo soberano da Noruega venderá suas participações em empresas de petróleo, a fim de diminuir a exposição do país escandinavo ao combustível. Este é o maior fundo do mundo, e é sustentado principalmente por petrodólares.

A informação foi anunciada pelo governo norueguês nesta sexta-feira (8). A gestão também comunicou que a decisão do fundo soberano da Noruega foi tomada com base em razões econômicas, e não ambientais. O Banco Central da Noruega recomendou a medida.

O fundo possui participações em empresas como Shell, BP, Total e ExxonMobil.

A saída do país escandinavo pode ser interpretada como um duro golpe contra as energias fósseis poluentes. Afinal, este é um investidor avaliado em mais de US$ 1 trilhão.

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“O governo está propondo excluir empresas classificadas como exploradoras e produtoras do setor de energia do fundo para reduzir o risco agregado do preço do petróleo na economia norueguesa”, disse o Ministério da Fazenda norueguês, em comunicado.

“As empresas de exploração e produção serão progressivamente retiradas do fundo ao longo do tempo”, avisou o governo norueguês, sem especificar um cronograma.

De acordo com a agência “Reuters”, o governo da Noruega indicou que continuará investindo em empresas de energia que tenham refinarias e outras atividades de distribuição.

A Noruega é o maior produtor de petróleo da Europa Ocidental. Junto com o gás natural, a commodity representa quase metade das exportações do país. Além de ser a fonte de 20% do faturamento do Estado.

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Banco Central norueguês

O Banco Central norueguês defendeu o fim da destinação de parte do fundo aos títulos relacionados ao petróleo (como foi decidido nesta sexta-feira). A motivação foi a limitação vulnerabilidade do Estado.

No fim de 2018, as ações de energia representavam cerca de 5,9% dos investimentos do fundo. Isto equivale a US$ 37 bilhões, conforme dados do fundo.

No passado, o fundo soberano da Noruega já decidiu abandonar o setor do carvão, tanto por razões financeiras como ambientais.

Amanda Gushiken

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