Focus reduz projeção do dólar e acende sinal para economia em 2025
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O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Banco Central trouxe novas revisões para a economia brasileira. A projeção mediana para o IPCA de 2025 foi mantida em 4,85%, interrompendo uma sequência de 14 quedas consecutivas, enquanto o déficit nominal projetado para o próximo ano subiu de 8,40% para 8,50% do PIB.
Além da inflação, o relatório mostrou leve ajuste nas contas externas. O déficit em transações correntes esperado para 2025 passou de US$ 65,06 bilhões para US$ 65,41 bilhões, enquanto o superávit comercial foi mantido em US$ 65 bilhões. Para 2026, a estimativa de superávit subiu de US$ 68,70 bilhões para US$ 69 bilhões.
Câmbio em queda
A mediana do Focus para a cotação do dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,56 para R$ 5,55. Um mês antes, a expectativa era de R$ 5,60. Para o fim de 2026, a estimativa passou de R$ 5,62 para R$ 5,60, enquanto quatro semanas atrás estava em R$ 5,70.
O relatório também trouxe revisões para os anos seguintes. Para o fim de 2027, a projeção oscilou de R$ 5,62 para R$ 5,60, e para 2028 caiu de R$ 5,60 para R$ 5,56, ante R$ 5,70 de um mês atrás. A projeção anual de câmbio publicada pelo Focus considera a média da taxa em dezembro, e não o valor do último dia útil do ano, como era praticado até 2020.
Contas públicas e dívida
O resultado primário projetado para 2025 permaneceu em déficit de 0,52% do PIB, mesmo patamar da semana anterior. Para 2026, a mediana aponta déficit de 0,60% do PIB.
Já o resultado nominal para o próximo ano foi revisado para 8,50% do PIB, acima dos 8,40% da semana anterior. A dívida líquida do setor público (DLSP) ficou estável em 65,80% do PIB em 2025, enquanto para 2026 houve leve alta de 70,05% para 70,08%.
PIB, juros e expectativas
As expectativas para o crescimento econômico em 2025 recuaram de 2,19% para 2,16%. Para 2026, a estimativa caiu de 1,87% para 1,85%.
A taxa Selic foi mantida em 15% para 2025, com projeções de 12,50% em 2026, 10,50% em 2027 e 10% em 2028.
Para os próximos anos, o Focus indicou trajetória de leve desaceleração do IPCA: de 4,30% em 2026 (ante 4,31% na semana passada), 3,93% em 2027 e 3,70% em 2028.
De acordo com o relatório semanal do Daycoval, os destaques de curto prazo seguem na inflação.
“Nossa expectativa é de queda de 0,16% no IPCA de agosto, refletindo deflação em alimentos e em energia elétrica, este último devido ao bônus temporário de Itaipu. Já para setembro e outubro, projetamos alta de 0,78% e 0,26%, respectivamente”, destacou a equipe de análise.
O banco também reforçou a leitura sobre juros, “Nosso cenário segue com a Selic em 15% até o fim deste ano. Mantemos a projeção de início dos cortes apenas no 1º trimestre de 2026, com viés de postergação, caso o processo de desinflação não evolua como esperado”, afirmaram os analistas.
Veja o Boletim Focus na íntegra aqui