FMI diz que reforma da Previdência pode não passar no Congresso

O diretor-adjunto do Departamento de Pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gian Maria Milesi-Ferretti, diz que a reforma da Previdência pode não passar no Congresso do Brasil.

“Não fazemos projeções para eventos políticos, mas esperamos que a reforma passe”, disse o diretor do FMI. “A reforma é um passo necessário para as finanças públicas brasileiras. Na área fiscal, a reforma da Previdência é importante, mas pode não passar pelo Congresso“.

A declaração foi dada nesta segunda (21) a jornalistas brasileiros durante entrevista coletiva no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça.

Ferretti afirmou que a expectativa da economia brasileira leva em consideração não só o crescimento em relação a 2018, mas a projeção de uma recuperação de uma recessão profunda. A expectativa de crescimento da economia foi atualizada pelo FMI nesta segunda (21), em 2,5% para 2019 e 2,2% para 2020. “Há, no entanto, ainda muitos temas para serem resolvidos”, declarou.

A nova economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, disse que continua a se esperar um crescimento do Brasil, mas que há riscos nas projeções do Brasil, como altos níveis da dívida pública.

Saiba mais: Reforma da Previdência: confira quais são os cenários para 2019

Reforma da Previdência

A reforma da Previdência é considerada fundamental para o equilíbrio das contas públicas do País. Além disso, é prioridade do governo de Jair Bolsonaro e do ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.

A reforma chegará ao Legislativo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que deverá ser encaminhada pelo governo federal. O texto vai alterar os regimes vigentes da Previdência de servidores públicos e da iniciativa privada. Por se tratar de uma PEC, a proposta precisará ser aceita por três quintos dos parlamentares, numa votação de dois turnos, tanto na Câmara quanto no Senado. Será necessário o aval de 308 deputados e 49 senadores.

O governo de Michel Temer chegou a enviar o texto para o Congresso, mas a reforma da Previdência não foi adiante porque não havia 308 votos na Câmara para aprovação da PEC.

Guilherme Caetano

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