FI-Infra: por que investidores procuram cada vez mais os fundos de infraestrutura?

Os fundos infraestrutura (FI-Infra) que investem em debêntures incentivadas registraram um aumento significativo na liquidez e no número de cotistas desde a resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) que limitou os critérios de emissão de CRIs e CRAs/LCIs e LCAs.

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Nos fundos mais líquidos, o volume diário de negociação de cotas dobrou a partir de fevereiro, impulsionado pela maior procura por títulos incentivados e por novas emissões de empresas. Consequentemente, o volume financeiro envolvendo essa categoria de títulos de infraestrutura aumentou de R$ 4,7 bilhões em janeiro para R$ 14,8 bilhões em fevereiro.

Segundo Marcelo Michaluá, sócio da RB Asset, existe uma correlação direta entre o crescimento do mercado de debêntures e o dos fundos de infraestrutura, visto que os investidores naturais desses papéis são os FI-Infra. Isso ocorre tanto nas emissões primárias no mercado de capitais quanto nas negociações no mercado secundário desses ativos, que estão em alta atualmente.

“As perspectivas para os fundos de infraestrutura são as melhores possíveis do ponto de vista de captação, de performance e, inclusive, de atratividade de investidores, que não olhavam essa categoria de ativo”, afirma Michaluá.

A captação dos fundos de infraestrutura aumentou significativamente, saindo de uma média de R$ 730 milhões por mês entre julho e dezembro do ano passado para R$ 1,2 bilhão em janeiro e R$ 2,9 bilhões em fevereiro de 2024.

FI-Infra: tributação de fundos exclusivos gerou migração de recursos

De acordo com João Comine, analista da Suno Asset, investidores que tinham recursos em fundos exclusivos estão transferindo esses valores para veículos com vantagens tributárias. Essa migração de investidores está afetando os preços dos ativos no mercado, como as debêntures incentivadas, que têm se valorizado desde janeiro – especialmente nas emissões de empresas mais sólidas, conhecidas como “investment grades”.

“Após a tributação dos fundos exclusivos, uma quantidade significativa de capital tem migrado para outros investimentos em busca de benefícios fiscais. Os principais destinos têm sido ativos isentos, como CRIs, CRAs e debêntures incentivadas, além dos fundos de previdência privada, que também têm tributação favorável”, explica Comine.

Queda na Selic e mudanças na regulação beneficiam FI-Infra

Segundo Amanda Coura, com a redução da taxa Selic, os investidores estão buscando alternativas mais atrativas de investimento, e os FI-Infra têm se destacado nesse cenário devido à sua combinação de retorno e isenção de imposto de renda.

“Além disso, a crescente necessidade de investimento no setor de infraestrutura tem levado várias empresas a buscar opções de dívida no mercado, impulsionando o crescimento desses fundos, que contam com portfólios robustos para alocar esses recursos”, afirma ela.

Outro ponto são as últimas mudanças regulatórias. Para Michaluá, a mudança micro-regulatória fiscal e a inclusão de novos setores são fundamentais para aumentar a atratividade dos investimentos. “O cenário macroeconômico contribui para potencializar essa demanda, já que estamos observando uma inflação controlada e uma queda estrutural da taxa de juros. Isso leva os investidores a buscar alternativas de alocação de seus portfólios de renda fixa, migrando de instrumentos bancários, títulos do governo e CDI de curto prazo para alocações de longo prazo“, afirma o especialista.

Essa mudança se beneficia da isenção fiscal e do fato de muitos desses papéis serem ajustados pela inflação, além de oferecerem uma taxa de juros atraente. Portanto, isso proporciona uma proteção natural contra a deterioração do poder de compra devido à inflação, já que as receitas dos projetos de infraestrutura são ajustadas por inflação.

SNDI11: novas debêntures foram positivas para o fundo

A nova Lei nº 14.801, que criou as debêntures de infraestrutura, vem beneficiando o SNID11, conforme diz Comine. A introdução das debêntures de infraestrutura pode reduzir a oferta das incentivadas no futuro, aumentando sua demanda e valorização.

Como explica Comine, as novas debêntures de infraestrutura, recém-criadas pela lei 14.801, vêm para dividir espaço de mercado com as debêntures incentivadas (lei 12.431). Diferente das debêntures incentivadas, que oferecem isenção de imposto de renda para pessoa física, tanto no rendimento quanto no ganho de capital, as debêntures de infraestrutura são tributadas.

No entanto, as debêntures 14.801 têm como público-alvo o investidor institucional e fundos de pensão. Em meio a esse cenário, o SNID11, pela primeira vez, registra marcações positivas com linhas de DAP, indicando impacto positivo no mercado.

Os dois fatores somados, maior demanda e menor oferta futura, têm gerado uma valorização das debêntures incentivadas, com o consequente fechamento de taxas. “Esse movimento tem influenciado positivamente o valor patrimonial dos fundos de infra, que entre janeiro e fevereiro observaram uma valorização considerável”, afirma Comine.

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Veja mais detalhes do SNID11

O SNID11 é um FI-Infra fechado e de gestão ativa, com prazo indeterminado e destinado aos investidores em geral. O fundo é gerido pela Suno Gestora de Recursos e seu administrador é o BTG Pactual Serviços Financeiros.

Conforme explica Coura, o FI-Infra da Suno Asset (SNDI11) é um fundo que possui uma carteira composta por 17 ativos de crédito, todos provenientes de emissores com excelente qualidade de crédito.

A diversificação nos setores alocados e na exposição por devedor é uma característica-chave do fundo. Sua carteira tem uma rentabilidade média de CDI + 2,57%, resultando em um retorno médio anual de 13,7%”, afirma a analista.

Além disso, uma das estratégias do SNID11 é oferecer um retorno total consistente e de baixa volatilidade, o que se traduz na relação de retorno para o nível de risco do fundo. Disponível para investidores desde fevereiro de 2023, o FI-Infra conta com mais de 5.700 cotistas e distribui mensalmente um rendimento de R$ 1,15 por cota.

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Vinícius Alves

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