Fed pode ter de conduzir inflexão ‘hawkish’ na política monetária, diz Bullard

O Federal Resserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode ter que conduzir uma inflexão mais dura (hawkish) em sua política monetária, conforme apontou o presidente da distrital de St. Louis, James Bullard nessa terça-feira (16), durante uma entrevista à Bloomberg.

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James Bullard afirmou que o Fed pode ter de apressar um pouco o processo de redução nas compras de bônus (“tapering“), para um corte nessas compras de US$ 30 bilhões ao mês, encerrando-o no fim do primeiro trimestre de 2022. Ele também mencionou como eventual alternativa uma alta de juros antes do encerramento do tapering.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, mas com voto em 2022, o dirigente do Fed disse que a inflação “tem estado muito elevada, bem acima de nossa meta” de 2% na média.

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Ele considerou que há dois cenários possíveis neste momento: no primeiro, a inflação se dissipará conforme a economia reabre, e neste caso o Fed está em “ótima posição” para lidar com ele. Mas num segundo quadro a inflação se mostraria mais persistente. “Se a inflação não desacelerar como antecipado, caberá a nós responder a isso”, afirmou.

Em seu cenário atual, Bullard disse prever duas altas de juros em 2022, coincidindo com o mercado. Questionado se os juros poderiam subir a 3% ou 4%, ele disse que não projeta que avancem tanto, mencionando que eles poderiam ficar no mesmo nível do pré-pandemia.

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Bullard afirmou ainda que é possível argumentar que o tapering do Fed já esteja totalmente precificado pelos mercados, sem risco assim de um grande movimento de realocação de recursos como ocorrido no chamado “taper tantrum” de 2013.

Possível mudança no comando do Fed

O dirigente foi questionado sobre a possibilidade de mudança no comando do Fed, em uma disputa que estaria entre a diretora Lael Brainard e o atual presidente, Jerome Powell.

Segundo Bullard, de qualquer modo a marca da próxima gestão deve ser de “muita continuidade” no Fed. Ele lembrou que a decisão de política monetária é tomada em conjunto, por vários dirigentes, mas que cabe ao presidente “guiar” esse processo.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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