Evergrande envia fundos para conta no Citibank e evita formalizar calote

A gigante do setor imobiliário chinês Evergrande, teria enviado US$ 83,5 milhões para uma conta no Citibank nesta quinta-feira (21) para pagar juros sobre bônus neste sábado (23), evitando a formalização de um calote, segundo uma fonte informou à agência Reuters.

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Nos últimas semanas, investidores têm mostrado apreensão com a possibilidade de que a crise da Evergrande desencadeie riscos sistêmicos na economia chinesa e mundial.

Com essa transferência, a Evergrande aliviou um pouco a pressão vista por investidores e reguladores em relação às repercussões nos mercados globais. Além disso, a construtora aumentou as garantias de que os credores serão protegidos.

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Apesar do alívio, a construtora ainda tem uma dívida de mais de US$ 300 bilhões, e tem outro prazo se aproximando: precisa pagar US$ 47,5 milhões aos credores no dia 29 de outubro.

Após a notícia de que a incorporadora transferiu recursos para honrar o prazo desse sábado, a ação da Evergrande, negociada na Bolsa de Valores de Hong Kong,  saltou 4,26%, para 2,69 dólares de Hong Kong, cerca de R$ 1,95.

A fonte também disse à agência que, a Evergrande pretende priorizar seu negócio de veículos elétricos dentro de 10 anos, e torná-lo seu principal segmento. Contudo, o negócio de veículos, fundado em 2019, não vendeu nenhum veículo ainda.

Veja também:

Calotes no setor imobiliário chinês se acumulam com contágio da Evergrande

Os problemas financeiros da gigante construtora chinesa estão afetando bônus com grau especulativo do setor imobiliário chinês. Os calotes sobre bônus em dólar emitidos por incorporadoras chinesas estão aumentando rapidamente em meio à desaceleração do setor, e o problema poderá se agravar, visto que uma pilha de dívidas da enfraquecida indústria está para vencer nos próximos meses.

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Incorporadoras dominam o mercado chinês de bônus internacionais de alto rendimento, representando cerca de 80% das dívidas totais de US$ 197 bilhões, segundo o Goldman Sachs.

O mercado já enfrentou sua maior turbulência em uma década, depois que a Evergrande falhou no pagamento de juros sobre bônus no fim de setembro, e a concorrente Fantasia Holdings surpreendeu investidores, ao não pagar dívida que venceu no começo de outubro.

Desde então, ao menos quatro incorporadoras chinesas deram calote ou pediram a investidores tempo adicional para acertar suas dívidas.

Além disso, vence no fim de semana um prazo de carência de 30 dias que a Evergrande tem para honrar dívidas com detentores de bônus, e a expectativa era de  que a empresa desse calote sobre quase US$ 20 bilhões em bônus.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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