EUA e China podem assinar acordo comercial em 27 de março

Os Estados Unidos e a China poderiam assinar um acordo comercial no dia 27 de março. O acordo terminaria a guerra comercial em andamento entre as duas principais economias do mundo.

A informação foi divulgada pelo jornal norte-americano “The Wall Street Journal”. Segundo o veículo, os Estados Unidos e a China estariam na etapa final para fechar o acordo comercial. O documento poderia ser assinado durante um encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping.

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Sinais de abertura

Segundo fontes próximas das negociações, Pequim sinalizou a disponibilidade de reduzir as tarifas e outras restrições a produtos agrícolas, químicos, veículos e outros itens produzidos nos EUA. Por sua vez, Washington retirará grande parte, ou até todas, as sanções impostas sobre produtos chineses. Esse acordo pode encerrar a guerra comercial iniciada há um ano com a imposição das sanções norte-americanas.

Em março do ano passado, Trump anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre a de alumínio. As sanções não eram explicitamente contra a China, mas atingiram principalmente o gigante asiático.

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Em abril, a China respondeu, aplicando tarifas sobre US$ 3 bilhões de produtos americanos. Em resposta, os EUA ameaçaram aumentar os impostos alfandegários sobre US$ 200 bilhões de produtos chineses.

Acordo complicado

O texto do acordo estaria sendo elaborado desde o último encontro entre os negociadores dos dois países, realizado em Washington em fevereiro. Entretanto, ainda há obstáculos para a conclusão do acordo. Além disso, ambos os países podem enfrentar resistências internas. Como por exemplo críticas sobre os termos, que poderiam ser considerados muito favoráveis ao outro país.

Segundo fontes do Washington Post, para poder alcançar o acordo, o governo chinês estaria disposto a mudar as leis sobre a atuação de empresas estrangeiras. Essa mudança igualaria igualar as condições de competição para empresas no país. Entre as outras coisas, estaria previsto um cronograma mais rápido para a eliminação de limites para investimentos de capital estrangeiro na China. E, além disso, Pequim teria aceitado reduzir as tarifas de importação de carros, atualmente em 15%, e elevar o volume de importações de produtos dos EUA.

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Questão política

A questão da concorrência comercial desleal da China tinha sido uma das bandeiras da campanha eleitoral de Trump. O presidente sempre acusou os chineses de violar as regras do comércio internacional, criando prejuízos para as empresas dos EUA.

Entre os pontos mais criticados pelo governo norte-americano, está a atuação das empresas estatais chinesas. Segundo Washington, elas teriam uma vantagem competitiva indevida.

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Além disso, há a questão da proteção da propriedade intelectual. Já que os americanos acusam os chineses de violar patentes e copiar produtos. Esse ponto deveria representar grande parte do acordo entre EUA e China. O representante norte-americano nas negociações, Robert Lighthizer, afirmou  na semana passada que questões sobre propriedade intelectual alcançavam quase 30 das mais 100 páginas do texto.

Encontro programado

Nas últimas semanas, sinais positivos tinham sido enviados por ambas as partes. Por exemplo, no domingo passado, Trump havia anunciado que as negociações comerciais tinham registrado um progresso. Por isso, o presidente dos EUA decidiu adiar o novo aumento das tarifas alfandegárias previsto para o dia 1º de março.

Além disso, Trump anunciou afirmou que a cúpula com Xi deveria ocorrer em seu resort de luxo em Mar-a-Lago, na Flórida.

O começo da trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China iniciou no final de novembro. Durante reunião do G20 em Buenos Aires, os líderes dos dois países concordaram um prazo de 90 dias para a negociação de um acordo. Nesse termo, nenhum novo imposto alfandegários seria aplicado.

Carlo Cauti

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