ETFs superam marca bilionária e se tornam os “queridinhos” da bolsa
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A indústria de ETFs no Brasil vive uma fase de expansão acelerada. Já são mais de 850 mil brasileiros posicionados nesses fundos negociados em bolsa, que juntos somam mais de R$ 75 bilhões em patrimônio, segundo dados do Report Anual de ETFs 2025. O documento foi divulgado em novembro durante o ETF Day Brasília, evento promovido pela B3 para discutir tendências e novidades do setor.
O estudo revisita a trajetória dos fundos de índice desde 2004 — ano em que o país recebeu seu primeiro ETF — e conclui que o mercado brasileiro entrou em um novo patamar. Se antes o foco estava na democratização do acesso, agora o movimento é de sofisticação acessível, impulsionado por um ritmo recorde de inovações ao longo de 2025.
Segundo o relatório, a proposta original desses veículos — permitir que o investidor acompanhasse o desempenho de um índice utilizando apenas uma cota — evoluiu para um ecossistema amplo, globalizado e com estratégias cada vez mais complexas, contemplando desde iniciantes até grandes investidores institucionais.
Hoje, os ETFs deixaram de ser apenas réplicas de índices tradicionais e passaram a incluir estruturas temáticas e inteligentes, voltadas para acompanhar tendências de longo prazo e compor portfólios internacionais com eficiência.
Os ETFs caíram no gosto dos investidores, inclusive com produtos diferenciados
Atualmente, o investidor tem à disposição centenas ETFs, somando os listados na B3 e os produtos internacionais disponíveis na bolsa. O leque inclui desde índices clássicos, como o Ibovespa B3, até carteiras focadas em crédito privado, inovação tecnológica, commodities e criptoativos.
Entre os lançamentos que marcaram 2025, o mercado viu surgir:
- GOAT11, primeiro ETF híbrido do país, que combina renda fixa com renda variável;
- GBRT11, modelo pioneiro de gestão compartilhada;
- ETF Connect, iniciativa que integra a B3 às bolsas de Xangai e Shenzhen, viabilizando listagens cruzadas;
- NBIT11, primeiro ETF brasileiro estruturado sobre contratos futuros de Bitcoin.
Para Bianca Maria, gerente de Produtos de Cash Equities da B3, o ritmo de crescimento reflete diretamente as demandas dos investidores. “Vemos um interesse crescente por novas teses e estratégias. Desde 2020, o mercado saiu de cerca de 30 ETFs listados para mais de 500, mostrando como o investidor brasileiro ganhou alternativas de diversificação”, afirma.
O anuário também traz a visão de especialistas do mercado. Para o influenciador e analista Bruno Paolinelli, os ETFs se tornaram uma peça central na construção de sua carteira. Ele destaca que esses fundos reúnem, em uma única cota, benefícios que antes exigiam semanas de trabalho: diversificação, simplicidade e disciplina. “Para mim, investir em ETFs é investir em disciplina — algo que o mercado brasileiro precisa aprender a priorizar”, reforça.