BofA, GS, Ativa e Fibra pioram previsões para o IPCA em 2021 e 2022

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, teve aumento de 1,25% no mês de outubro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (10). O resultado superou as expectativas do mercado, que previa aumento de 1,06%. Com o número acima do previsto, bancos e instituições financeiras fizeram uma revisão em suas estimativas para o IPCA em 2021 e 2022.

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“A conjuntura já está muito pior do que se imaginava”, diz a análise de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. O especialista da corretora projeta elevação da Selic em 2 p.p na próxima reunião, inflação de 4,4% para o ano que vem e PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 0,5% em 2022. Para esse ano o IPCA deverá ficar em 9,4%.

“Apesar de chegarmos a 13,25% de Selic, já no primeiro trimestre de 2022, o ano se encerrará em patamar mais baixo, visto que o IPCA de 2023 deverá ceder para 2,8%. Com reduções de 50bps nas últimas 3 reuniões de 2022, o Copom deverá entregar a Selic em 11,75% no final daquele ano”, diz o especialista.

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O Goldman Sachs (GSGI34), por sua vez, espera que o Copom “entregue pelo menos 150 pontos-base de alta da Selic, para 9,25%, na reunião de 8 de dezembro (com 20% de probabilidade de alta da taxa). Em um cenário de intensas pressões inflacionárias e piora do balanço de riscos, a probabilidade de o Banco Central conseguir levar a inflação para a meta de 3,50% em 2022 é muito baixa”.

Em relatório assinado por Cristiano Oliveira, do Banco Fibra, a previsão do IPCA em 2021 saltou de 9,9% para 10,3%, enquanto a inflação IPCA de 2022 é prevista em 5,5%, mas apresenta viés de alta.

Por fim, o Bank of America (BOAC34) agora espera que o pico seja de 10,74% no comparativo anual em novembro, mas os riscos ainda estão no lado positivo, com a volatilidade dos preços das commodities e ruído fiscal e político. “Revisamos nossa projeção de inflação de 9,1% para 10,1% neste ano”, declarou a instituição.

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Veja o aumento do IPCA em cada setor

Conforme destacou o BofA, a principal pressão de alta veio do transporte (55pb) em 2,62% no mês (ante 1,82% no mês anterior), seguida por alimentos (24pb) em 1,17% no mês (ante 1,02% no mês anterior). A habitação teve a principal desaceleração da inflação, com recuo para 1,04% ao mês (de 2,56% ao mês anterior).

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Os demais grupos registraram acelerações, mas com menor impacto no índice geral devido aos menores pesos: vestuário atingiu 1,80% mensal (de 0,31%), artigos para casa 1,27% mensal (de 0,90% mensal), despesas pessoais atingiu 0,75% mensal, comunicação em 0,54% (de 0,07%) e educação 0,06% (de -0,01%). Os cuidados de saúde permaneceram inalterados em 0,39% ao mês. A inflação de serviços continua registrando números recordes na margem, agora em 1,04% ao mês (de 0,63% ao mês).

Nesta semana, o relatório Focus do Banco Central indicou um IPCA de 9,33% ao final de 2021. Comparado ao acumulado de 12 meses divulgado pelo IBGE hoje, a distância é de 1,34 p.p.

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Bruno Galvão

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