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Entenda as regras do Novo Mercado e dos demais segmentos especiais de listagem da B3 (B3SA3)

Nos EUA, ETFs podem distribuir dividendos aos cotistas, ao passo que no Brasil as gestoras reinvestem os proventos por conta das regras regulatórias - Foto: Divulgação

Nos EUA, ETFs podem distribuir dividendos aos cotistas, ao passo que no Brasil as gestoras reinvestem os proventos por conta das regras regulatórias - Foto: Divulgação

Os níveis de listagem da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) — Novo Mercado, Nível 1, Nível 2, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2 — são opções as quais oferecem padrões de governança corporativa para empresas listadas no Brasil.

De acordo com o site da B3, o Novo Mercado e os demais segmentos especiais consideram regras além das obrigações perante a Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.As.).

A entrada em um dos níveis tem como objetivo elevar o grau de governança corporativa e melhorar a avaliação daquelas que decidem aderir voluntariamente.

Os requisitos servem, além disso, para atrair investidores, pois a asseguração de direitos aos acionistas e o compromisso em divulgar informações a stakeholders mitigam parte do risco de assimetria.

Novo Mercado

O Novo Mercado é o nível mais elevado de governança corporativa da Bolsa brasileira e é no qual estão listadas empresas como Vale (VALE3), Magazine Luiza (MGLU3) e a própria B3 (B3SA3).

O segmento demanda uma série de regras societárias criadas para proteger direitos dos minoritários e implica a divulgação de políticas e existência de estruturas de fiscalização e controle.

Companhias estão limitadas a apenas a emissão de ações ordinárias (ON), com direito de voto. O capital deve ser composto exclusivamente por essa classe de ativos e as empresas se comprometem a manter, no mínimo, 25% das ações em circulação ou 15%, em caso de ADTV (average daily trading volume) superior a R$ 25 milhões.

Também são obrigadas a garantir 100% de tag along, isto é, minoritários têm direito a vender posições pelo mesmo preço de ações detidas pelos majoritários em caso de venda do controle.

O Novo Mercado ainda exige a divulgação simultânea, em inglês e português, de fatos relevantes, informações sobre proventos e press releases de resultados, além da apresentação mensal das negociações com valores mobiliários de emissão da empresa pelos e acionistas controladores.

Outra regra diz respeito à instalação de uma área de Auditoria Interna, uma função de Compliance e um Comitê de Auditoria.

Além disso, o conselho de administração da companhia deve contemplar, no mínimo, 2% ou 20% de independentes, o que for maior, com mandato unificado de, no máximo, dois anos.

Quanto à divulgação de processos de avaliação, a listada necessita elaborar e divulgar políticas de:

Caso a empresa queria sair do Novo Mercado, será preciso a realização de oferta pública de aquisição (OPA), após a aprovação de, no mínimo, um terço das ações em free float.

Nível 1

Já no Nível 1, o de companhias como Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradespar (BRAP4), as empresa devem adotar práticas de transparência.

Além das informações previstas em lei, é obrigatório a divulgação de um calendário anual de eventos corporativos, por exemplo.

No segmento, deve ser mantido um free float mínimo de 25%.

Nível 2

O Nível 2 de listagem é semelhante ao Novo Mercado. Há, contudo, algumas exceções.

Segmento de empresas como Petrobras (PETR4) e BTG Pactual (BPAC11), o Nível 2 permite a emissão de ações preferenciais (PN).

Os papéis recebem preferência na distribuição de dividendos e ainda conferem direito a voto em situações críticas — o caso de fusões e aquisições e contratos entre o acionista controlador e a empresa.

Detentores de ações ordinárias e preferenciais têm o mesmo direito a um tag along de 100%.

Bovespa Mais

O Bovespa Mais foi criado pela B3  para empresas de pequeno e médio portes com o desejo de acessar o mercado de capitais gradualmente.

A BBM Logística (BBML3), que fará a oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) na próxima semana, é um exemplo de negócio listado no Bovespa Mais.

Segundo o site da Bolsa brasileira, a ideia é oferecer uma porta de entrada e preparar os negócios com a implementação de padrões elevados padrões de governança corporativa e transparência.

Em paralelo, a listagem coloca as companhias na “vitrine” e aumenta a visibilidade para investidores.

No Bovespa Mais, as captações são menores quando comparadas ao Novo Mercado e as  ofertas de ações podem ser destinadas a poucos investidores com perspectivas de retorno de médio e longo prazo.

Não há necessidade de oferta para concretizar a listagem e a empresa tem até sete anos para realizar o IPO.

As companhias do Bovespa Mais são isentas da taxa de análise para listagem de emissores e recebem desconto regressivo na anuidade, sendo 100% no primeiro ano.

Bovespa Mais Nível 2

O último nível é o Bovespa Mais Nível 2, um segmento similar ao anterior, porém no qual as empresas têm o direito de manter ações preferenciais (PN). Tais papéis também dão direito de voto em situações críticas.

No caso de venda de controle da empresa, é assegurado um tag along de 100%, assim como no Novo Mercado.

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