Eneva (ENEV3) pode ser principal beneficiada de leilão do MME; entenda
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O Santander divulgou nesta terça-feira (26) um relatório com projeções sobre os impactos do Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP) do Ministério de Minas e Energia (MME) para algumas das elétricas brasileiras. A casa de análises ressaltou que a Eneva (ENEV3) pode ser a empresa mais beneficiada.

O leilão foi anunciado em 22 de agosto pelo MME, que publicou portarias preliminares para o LRCAP de 2026. O ministério abriu dois períodos de consulta pública para definir as diretrizes da oferta, com prazo até 12 de setembro de 2025.
Os documentos preliminares indicam que o primeiro leilão, destinado a projetos de gás, carvão e hidrelétrico, será realizado em 13 de março de 2026. Já o segundo, voltado para usinas movidas a óleo, está agendado para 20 de março de 2026.
Por que a Eneva pode se beneficiar do leilão?
Segundo o relatório do Santander, o leilão pode ser transformacional para a Eneva. As diretrizes preliminares permitem a competição entre usinas térmicas novas e existentes nos mesmos produtos para 2028, 2029 e 2030.
Esta configuração aumenta a probabilidade de alta receita fixa para as usinas movidas a gás já existentes da Eneva. Entre elas estão Parnaíba 1, Parnaíba 3, Viana 1 e Povoação 1.
As diretrizes também permitem a participação de usinas a carvão, inesperadamente criando espaço para novos contratos para Itaqui e Pecem 2. O Santander vê potencial upside de VPL de 11,8% derivado das plantas existentes.
A instituição ainda destaca oportunidade para contratar novos projetos, especialmente Celse 2. O banco explica que este projeto tem estrutura de baixo custo, já que o projeto original da Celse já carrega uma porção significativa dos custos de infraestrutura.
“Estimamos um potencial upside de 1,9% para o Celse 2. Portanto, apenas com os projetos mais competitivos e conhecidos, estimamos 13,7% de potencial upside”, destacou o Santander.
Copel e Auren também podem ser impactadas
O relatório não menciona apenas a Eneva como potencial beneficiária. Para as geradoras hidrelétricas, a portaria preliminar confirmou um produto específico para contratação de capacidade hidrelétrica adicional a partir de 2030.
O documento parece manter condições técnicas similares às portarias lançadas em fevereiro. Isso inclui manter o mesmo nível de fatores de disponibilidade de capacidade (FDispCap), que determinam os níveis de competição por região.
“Acreditamos que Copel (CPLE6) e Auren (AURE3) continuam sendo as hidrelétricas mais competitivas para o leilão, devido aos maiores FDispCap no Sul e Sudeste”, afirmou o Santander.
O Santander também destacou as recomendações para as ações das empresas que podem se beneficiar no leilão.
Para a Eneva (ENEV3), o banco estabeleceu preço-alvo de R$ 15,57, ante cotação de R$ 14,97, com recomendação “Outperform”. A Copel (CPLE6) também recebeu rating “Outperform”, com preço-alvo de R$ 12,63 versus preço atual de R$ 12,15. Já para a Auren (AURE3), o banco adotou posição mais cautelosa, com recomendação “Neutral” e preço-alvo de R$ 9,20, abaixo da cotação de R$ 10,72.