Por que as ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) estão subindo após prejuízo bilionário?

A Eletrobras (ELET3; ELET6) divulgou, na noite de ontem (6), o balanço de resultados referente ao segundo trimestre de 2025. Apesar de reportar um prejuízo líquido de R$ 1,325 bilhão, as ações da companhia operam em alta nesta quinta-feira.

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Por volta das 10h20, os papéis ordinários da empresa, negociados sob o ticker ELET3, estão avançando 6,32%, a R$ 41,54. Com isso, as ações da Eletrobras estão entre as maiores altas do Ibovespa nesta manhã, contribuindo para os ganhos do índice.

Balanço de resultados da Eletrobras (ELET3; ELET6)

No segundo trimestre de 2025, a Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 1,325 bilhão, revertendo o lucro de R$ 1,743 bilhão no mesmo período do ano anterior. Na comparação trimestral, o prejuízo aumentou 274,7%.

No entanto, o resultado líquido ajustado foi positivo em R$ 1,47 bilhão, com alta de 43,3% na base anual. No primeiro trimestre de 2025, a empresa havia reportado prejuízo ajustado de R$ 80 milhões.

O Ebitda caiu 71,6% na comparação anual, ficando em R$ 1,26 bilhão. Já o Ebitda ajustado totalizou R$ 5,15 bilhões, um avanço de 19,2% frente ao segundo trimestre de 2024. Em relação ao primeiro trimestre de 2025, a alta foi de 16,6%.

A Receita Operacional Líquida (ROL) foi de R$ 10,2 bilhões, representando crescimento de 21,15% em um ano. Em relação ao trimestre anterior, houve queda de 2,1%.

A dívida líquida ajustada alcançou R$ 40,12 bilhões, com leve alta de 2,2% na comparação trimestral. A alavancagem, medida por dívida líquida sobre Ebitda ajustado, se manteve em 1,5 vez.

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Por que as ações estão subindo?

Apesar do prejuízo contábil, analistas veem sinais positivos nos resultados da Eletrobras. Segundo Caio Mitsuo, planejador financeiro, “os Big Numbers superaram a expectativa do mercado” e o anúncio de dividendos intermediários no valor de R$ 4 bilhões animou os investidores.

Foi aprovado o pagamento de R$ 2,43 por ação preferencial classe A, R$ 1,93 por ação preferencial classe B e R$ 1,75 por ação ordinária. “A tese de turnaround da companhia é uma aposta de muitos investidores para que ela se torne uma das maiores pagadoras de dividendos no futuro”, afirmou Mitsuo.

A receita de geração de energia subiu R$ 850 milhões na comparação trimestral. Além disso, houve uma queda de 4% nas despesas com pessoal, material e serviços (PMSO), mesmo com o impacto do programa de desligamento voluntário.

A companhia também apresentou melhora no resultado financeiro e tem investido em ativos com fluxo de caixa mais previsível e foco em fontes renováveis. A base de clientes no mercado livre de energia aumentou 24% no trimestre.

O Bradesco BBI destacou que os múltiplos de valorização da empresa ainda estão abaixo dos pares, e que a expectativa de queda no preço da energia pode favorecer os resultados nos próximos meses.

Entre os pontos de atenção apontados pelo analista, está o risco de interferência política na Eletrobras. “A criação de três novas cadeiras no Conselho de Administração e uma no Conselho Fiscal, todas indicadas pelo governo, levanta o questionamento sobre possível influência nas decisões estratégicas”, apontou Mitsuo.

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Giovanna Oliveira

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