Eletrobras (ELET3) já escolheu seu negociador para 1º Acordo de Trabalho após a privatização e fala em corte de salários

A Eletrobras (ELET3) já tem um negociador especializado em Direito Trabalhista contratado para fechar o primeiro Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) depois da privatização.

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A notícia foi passa ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE).

O novo acordo tem por objetivo acabar com distorções da época estatal e adequar a relação trabalhista ao novo perfil de companhia privada.

O negociador é o advogado Antonio Carlos Aguiar, que já trabalhou em outras negociações de grandes empresas do País, segundo confirmou documento interno da Eletrobras (ELET3).

O profissional será responsável em encontrar um consenso entre as demandas da elétrica e sindicatos, sendo que a decisão final sempre vai residir na Eletrobras.

Na terça-feira (2) foi realizada a primeira reunião sobre o ACT.

Na abertura da primeira rodada de negociação, o vice-presidente de Gente, Gestão e Cultura da Eletrobras, José Renato Domingues, afirmou que enxergava a ajuda externa como um sinal de respeito à representação sindica e também, aos nossos profissionais, “uma vez que o objetivo é buscar um acordo que fortaleça a nossa companhia”, explicou.

A terceirização da negociação do ACT desagradou o CNE, que criticou a proposta da empresa após a primeira rodada de negociações realizada na terça-feira com Aguiar.

Eletrobras propõe corte de salários e manutenção de benefícios

A Eletrobras propôs, entre outras mudanças, reduzir salários dos que ganham até R$ 15.572,04 em cerca de 12,5%.

Os salários maiores serão discutidos caso a caso, o que, para o CNE, indica a possibilidade de assédio moral, já que as negociações serão individuais, sem a presença do sindicato.

“Precarização no plano de saúde – com suposto ganho aos beneficiários -, gratificação de férias conforme a CLT, retirada do tíquete natalino e até proposta de práticas antissindicais permearam a primeira rodada de negociação”, disse o CNE em nota, informando que os empregados estão dispostos a parar em protesto contra as mudanças.

Segundo documento distribuído aos empregados pela Eletrobras, a proposta é de cancelamento do 13º tíquete refeição, que os funcionários recebiam, e de redução salarial para evitar demissões, entre outras mudanças. A empresa se propõe a pagar indenizações para suportar a transição do valor do salário.

Na reunião, foram discutidos ainda a manutenção de benefícios como auxílio-creche e auxílio educacional, auxílio-funeral, entre outros recebidos pelos empregados na época de estatal.

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A privatização da Eletrobras

A privatização da Eletrobras aconteceu em junho de 2022 e possui nove ACTs diferentes para serem negociados.

A intenção de contratar um negociador, segundo fontes, decorre da complexidade de elaborar o primeiro ACT após a privatização.

O objetivo é padronizar o máximo possível a relação trabalhista entre todas as empresas do grupo, o que não poderá ser feito integralmente, e alinhar as práticas trabalhistas ao setor privado.

Desde 2016, quando foram iniciados os movimentos para a venda da companhia, a Eletrobras perdeu cerca de 10 mil empregados por meio de programas de demissão voluntária ou de aposentadorias. Atualmente, a empresa conta com cerca de 14 mil empregados.

“A negociação da Eletrobras envolve a representação de nossos profissionais por mais de 50 sindicatos, numa mesa que totaliza cerca de 40 pessoas. Na medida em que as negociações avancem, a companhia detalhará todas as propostas”, afirmou a companhia no documento.

A próxima reunião de negociação com representantes da Eletrobras está prevista para o dia 9 de abril, em Brasília.

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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