Dólar vai continuar caindo? Moeda atinge mínima em quase um ano

O dólar encerrou o pregão da última quarta-feira (2) com queda de 0,74%, cotado a R$ 5,421 na venda, o menor valor em quase 11 meses. A última vez que a moeda norte-americana esteve nesse patamar foi em 19 de agosto de 2024, quando fechou a R$ 5,411.

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A cotação para o dólar turismo também recuou e foi negociada a R$ 5,63, em baixa de 0,78%.

A forte variação negativa da moeda estadunidense diante do real neste ano vai na contramão do cenário de alta do dólar em registrado no ano passado. Em 2024, a divisa acumulou ganhos de mais de 27% e encerrou o ano em R$ 6,17. 

O movimento de queda tem sido impulsionado pela combinação de alívio no cenário externo, entrada de fluxo estrangeiro e expectativas de que o Banco Central americano possa manter os juros estáveis ou até reduzi-los nos próximos meses. No entanto, o ambiente doméstico ainda impõe cautela, especialmente diante das incertezas fiscais, como o impasse recente envolvendo a cobrança do IOF.

Nos Estados Unidos, dados do mercado de trabalho aumentaram a percepção de que o Federal Reserve poderá cortar juros ainda este ano. O setor privado americano eliminou 33 mil postos de trabalho em junho, contrariando a expectativa de criação de 115 mil vagas. Esse sinal de desaceleração reforça apostas de estímulo monetário, o que tende a enfraquecer o dólar globalmente e fortalecer moedas de países emergentes como o Brasil.

A bolsa brasileira não acompanhou o bom humor do câmbio: o Ibovespa caiu 0,36%, aos 139.050,93 pontos. Além das questões fiscais, o recuo é atribuído à realização de lucros típica do início de mês.

O dólar vai continuar em queda?

Em meio à variação negativa da moeda norte-americana em relação ao real, a pergunta que fica é: o dólar vai continuar caindo?

Segundo o Boletim Focus divulgado na segunda-feira (30), o mercado financeiro revisou para baixo a estimativa do dólar ao fim de 2025, de R$ 5,72 para R$ 5,70. Para 2026, a projeção também caiu levemente, de R$ 5,80 para R$ 5,79. A expectativa de inflação também melhorou, com o IPCA de 2025 passando de 5,24% para 5,20%, enquanto a projeção de crescimento do PIB foi mantida em 2,21%.

Mesmo com a trajetória recente de baixa, a cotação do dólar seguirá sujeita a oscilações, especialmente diante dos riscos fiscais internos e das decisões de política monetária nos Estados Unidos.

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Maíra Telles

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