Dólar mantém alta sobre real com cenário fiscal e Selic atrás da curva

A alta do dólar ante o real voltou a acelerar na tarde desta quinta-feira (28), atingindo a máxima a R$ 5,636 perto das 12h. A moeda norte-americana opera entre perdas e ganhos, pressionada pela queda do índice DXY ante alguns pares emergentes, como peso mexicano, mas impulsionada pelo cenário fiscal e clima de preocupação interna.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

A desvalorização do real destaca-se entre as moedas emergentes em cenário de queda do petróleo e após dados mistos da economia norte-americana divulgados mais cedo.

Às 14:25, o dólar comercial avançava 1,06%, cotado a R$ 5,613 na venda.

Se por um lado o número de pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos veio mais uma vez abaixo do consenso de mercado, registrando 281 mil solicitações contra 289 mil esperadas pelo mercado, a desaceleração do PIB dos EUA para 2%, observada na primeira leitura do indicador tampouco ajuda a fortalecer o dólar.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

O Dólar Index operava em queda de 0,47%, às 14:30 desta tarde, registrando 93,36 mil pontos. O índice mede a posição do dólar frente outras seis divisas internacionais.

No mais, o cenário interno do Brasil continua preocupando no que diz respeito ao contexto fiscal. O analista de câmbio, Elson Gusmão, da corretora Ourominas, avalia que há desconforto fiscal com o novo adiamento da votação da PEC dos Precatórios e também certo mal-estar com a decisão do Copom.

O Comitê se diz atento às pressões inflacionarias e ao risco fiscal em seu comunicado sobre a decisão da Selic, porém, as medidas de elevação dos juros foram analisadas como insuficientes para conter a escalada dos preços pelos economistas, e ainda mantém o Banco Central (BC) atrás da curva de juros.

Para Gusmão, a percepção é de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tenta agradar ao mercado, sem estressar a ala política e o presidente Jair Bolsonaro, que têm interesses em disputar a reeleição no ano que vem.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/10/155de22d-relatorio-bdrs-2.0.png

“O BC poderia ter surpreendido o mercado com um aumento maior, que teria mais efeito no controle da inflação, mas preferiu fazer o que o mercado já esperava e precificava, evitando críticas e desgaste ao Copom dentro do governo”, avalia a fonte.

Última cotação do dólar

Na última sessão, quarta-feira (28), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,31%, negociado a R$ 5,55.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Com informações do Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

Compartilhe sua opinião