Dólar recua ante sinais de fluxo estrangeiro para moedas ligadas a commodities
O dólar opera em baixa ante o real e outros pares emergentes exportadores de matérias-primas no exterior, em manhã de ganhos do petróleo e recuo dos rendimentos dos Treasuries nos EUA. Um fluxo de investidores estrangeiros pode estar ajudando a apoiar o dólar mais fraco ante o real, peso chileno, peso mexicano, lira turca, rand sul africano na manhã desta sexta-feira (11), em meio cautela com expectativas de um aperto de juros mais agressivo pelo Federal Reserve no ano, a partir de março.
Às 11h40, desta sexta, o dólar hoje caía 0,83%, a R$ 5,20. O dólar futuro para março recuava 0,73%, a R$ 5,22.
Os investidores locais olham ainda o IBC-BR de dezembro e de 2021, divulgado na abertura dos negócios. Mas o foco ficará no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após o tom conservador da ata do comitê de Política Monetária (Copom) e especialmente as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, defendendo “ajustes adicionais” além de março.
Campos Neto participará de evento do Esfera Brasil em São Paulo, a partir das 12h30, e a expectativa é de que mantenha a linha mais “hawkish” após o mercado já ter mexido nas suas apostas em um ciclo mais longo da Selic.
O IBC-BR, prévia do BC para o PIB do País, subiu 0,33% em dezembro ante novembro, com ajuste, vindo abaixo da mediana do mercado de 0,60%, mas dentro das projeções (0,10% a 0,90%). O IBC-BR de dezembro com ajuste ficou em 139,73 pontos e é o maior desde fevereiro de 2021 (141,05 pontos).
No ano passado, o IBC-BR avançou 4,50%, sem ajuste – acima da mediana de 4,30% das projeções (4,20% a 4,70%).
Preocupações com o cenário fiscal, por causa da PEC dos Combustíveis, continuam como pano de fundo dos negócios.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que tem certeza de que a proposta “vai passar por unanimidade” no Congresso. E o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a autonomia para os Estados definirem a alíquota do ICMS sobre os combustíveis. Os senadores devem pautar dois projetos de lei sobre o tema na próxima semana. Os governadores apoiam o pacote, mas resistem a mexer no tributo.
Última cotação do dólar
Na última sessão, quinta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 0,28%, negociado a R$ 5,24.
(Com informações do Estadão Conteúdo)