Dólar está longe de perder status de reserva global, diz Commerzbank

Os analistas de câmbio do Commerzbank avaliaram que a reputação do dólar sofreu uma forte depreciação, porém qualquer mudança em seu status de reserva global ainda está longe de ocorrer.

A moeda americana vem sofrendo grandes perdas nas últimas semanas, enquanto os investidores migram para o ouro em busca de ativos mais seguros em meio à pandemia e à erosão do status do dólar como moeda de reserva global.

Conforme relatório de pesquisa assinado por Thu Lan Nguyen, analista de câmbio e mercados emergentes do Commerzbank, as preocupações com uma segunda onde de covid-19 não só levantaram dúvidas sobre a capacidade de recuperação da maior economia do mundo. Os temores ainda levaram à incertezas ainda mais amplas para os investidores.

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“Vozes críticas, que consideram que a posição do dólar americano como a moeda de reserva global esteja em risco, podem ser ouvidas mais uma vez”, escreve a analista no documento. A especialistas faz referência a um relatório de pesquisa de “um banco de investimentos americano” divulgado recentemente.

Dólar pode perder posição de reserva global, diz Goldman Sachs

O grupo financeiro Goldman Sachs divulgou na última terça-feira (28) um relatório no qual dizia que “preocupações reais sobre a longevidade do dólar americano como moeda de reserva global começaram a surgir”.

O banco norte-americano considerou que a política fiscal e monetária dos Estados Unidos está aumentando as preocupações do mercado quanto à possibilidade de desvalorização da moeda. Isso poderia acabar com o reinado do dólar como força dominante nos mercados globais de câmbio.

Saiba mais: Goldman Sachs alerta para risco do dólar deixar posição de reserva global

“Mantemos há muito tempo a posição de que o ouro é a moeda de último recurso, particularmente em um ambiente como o atual, onde os governos estão desvalorizando suas moedas fiduciárias e empurrando as taxas de juros reais a mínimas históricas”, escreveram os analistas do Goldman Sachs.

Manchetes tem trazido confusão

A analista do Commerzbank avaliou que as manchetes podem ter trazido um tipo de confusão sobre o relatório. Para a especialista, fala-se mais sobre os riscos inflacionários como uma explicação para a crescente demanda por ouro do que sobre como isso poderia fazer com que a moeda americana perca sua posição.

“Só porque todo mundo está comprando ouro não significa que todo mundo vai usá-lo como um meio de pagamento em breve. É preciso mais para ser uma moeda de reserva importante do que atuar como reserva de valor”, afirma, embora reconheça que, “no que diz respeito ao debate sobre o status da moeda de reserva, parece ser o caso de que a bola foi colocada em jogo”, ressaltou no documento.

“Não é, de forma alguma, nossa suposição de que o dólar dos EUA perderá seu status como moeda de reserva mundial tão cedo, mas a crise da covid-19 e o conflito entre os Estados Unidos e a China semearam dúvidas suficientes para justificar um aumento do prêmio de risco pelo dólar”, concluiu a analista do Commerzbank.

Arthur Guimarães

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