Dólar abre em alta e bate R$ 4,37; greve dos caminhoneiros no radar

O dólar abriu em alta nesta quarta-feira (19). Os investidores estão atentos à greve dos caminhoneiros, a exemplo do que aconteceu em 2018.

Por volta das 9h40, o dólar variava positivamente 0,314%, sendo negociado a R$ 4,3705. O mercado ainda está de olho nas últimas informações sobre o coronavírus (Covid-19).

Além disso, segue como destaque a declaração do diretor do Banco Central sobre a cotação da moeda norte-americana frente ao real.

Greve dos caminhoneiros

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) informou, por meio de seu presidente, Walace Landim, que a greve dos caminhoneiros, nesta quarta-feira (19) será das 6h às 18h.

A orientação é que os motoristas simplesmente não levem os caminhões para as estradas. Portanto, não haverão bloqueios de estradas e vias principais por todo o País, como aconteceu em maio de 2018.

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Em um vídeo que circulou nas redes sociais na última terça-feira (18), o presidente da associação que representa os caminhoneiros mandou uma mensagem convocando-os à paralisação. “Não aceitamos retrocesso. Não carregue seu caminhão amanhã a partir das 6h, fique em casa, vamos fazer manutenção”, disse.

Os atos dos caminhoneiros começaram na última segunda-feira (17), quando uma parcela da categoria realizou uma paralisação de 24 horas no Porto de Santos. O intuito era mostrar força nos momentos que precederiam o julgamento da tabela do frete no Supremo Tribunal Federal (STF), originalmente marcado para esta quarta-feira, mas que foi suspenso.

Coronavírus

O cruzeiro Diamond Princess, navio que está em quarentena no porto de Yokohama, no Japão, desde 3 de fevereiro, possui 88 novos casos da epidemia iniciada na província de Hubei, na China. Dessa forma, são 542 casos confirmados do coronavírus no navio. Esse representa o maior número de casos confirmados fora da China.

A quarentena do navio deve terminar nesta quarta-feira, no entanto, a saída dos passageiros deve ser concluída até a próxima sexta-feira (21) por conta da grande quantidade de pessoas no navio: mais de 3,7 mil pessoas, entre passageiros e tripulantes. De acordo com o Ministro da Saúde japonês, os que tiverem exames negativos para a doença poderão sair do navio.

Veja também: Coronavírus pode reduzir ainda mais o comércio global, diz OMC

O número de mortos pelo coronavírus na China ultrapassou a marca de 2 mil, segundo as informações mais recentes do governo chinês. Além disso, desconsiderando o epicentro do surto da doença, os números de casos confirmados tem caído há 15 dias consecutivos.

Câmbio flutuante

De acordo com Fabio Kanczuk, diretor de política monetária do Banco Central (BC), “o câmbio vai para onde tiver de ir”, reforçando que a autoridade monetária não estabelece um nível para o dólar.

De acordo com Kanczuk, o regime de câmbio flutuante no Brasil faz com que o “BC só intervém para evitar problemas de funcionamento no mercado”.

Confira: Compulsório está muito elevado, diz presidente do Banco Central

O diretor ressaltou, em um evento organizado pelo BTG Pactual (BPAC11) em São Paulo na última terça-feira (18), a tese de Roberto Campos Neto, presidente do BC, de que a atual depreciação do real frente ao dólar é diferente do ocorrido anteriormente, quando os indicadores de risco na economia brasileira eram mais altos.

“Tipicamente, um câmbio depreciado significava menos crescimento, mas por razões outras que não tinham nada a ver com o câmbio. Tinha a ver com aumento do prêmio de risco, CDS [credit default swaps, uma medida do risco-país] subindo, com alguma crise, às vezes ligada à questão fiscal. E isso contaminava o câmbio”, disse.

Última cotação do dólar

Na última sessão, terça-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 0,658%, negociado a R$ 4,3573.

Jader Lazarini

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