Dólar: FGV vê deterioração de fundamentos e câmbio perto do equilíbrio

Considerando os impactos no câmbio dos últimos meses, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre o câmbio destacou que uma “piora dos fundamentos começa a preocupar”. Segundo a nota do Centro de Macroeconomia Aplicada (CEMAP) da FGV, os resultados “sugerem uma câmbio de equilíbrio em torno de R$ 5,20 para cotação bilateral real por dólar“.

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O documento aponta que, com o fim das eleições e das incertezas políticas, o dólar e as demais moedas passaram a oscilar levando em consideração as sinalizações do Planalto sobre o futuro da economia.

“Com o resultado eleitoral definido, a atenção passou a ser dada à política econômica a ser adotada e como a questão fiscal será encaminhada. As indefinições sobre o novo arcabouço fiscal podem contribuir para a volatilidade da taxa de câmbio”, diz o estudo da FGV

Os acadêmicos analisaram a taxa de câmbio real de equilíbrio, que mensura o desempenho do real ante uma cesta de moedas somado ao ajuste de inflação.

Ao ver esses dados, é possível observar que a taxa de câmbio subiu cerca de 4,3% em dezembro. Segundo os pesquisadores da FGV, isso se dá justamente pela piora de fundamentos.

“A piora dos fundamentos advém do aumento do déficit em conta corrente, da queda nos termos de troca e da piora na posição internacional de investimentos brasileiras. O resultado de conta corrente, depois de muito tempo em posição confortável, passou para valores próximo de -3.0% do PIB ao longo de 2021 e 2022. Ainda não é um número preocupante mas deteriorações adicionais podem colocar pressão no mercado de câmbio“, diz a nota do CEMAP.

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Entenda o modelo da FGV

O estudo, para analisar a taxa de câmbio, verificou:

  • Posição internacional de investimentos líquida como proporção do Produto Interno Bruto (PII)
  • Termos de troca relativo (TOT)
  • Balança de bens e serviços (TB)
  • Indicador de preços relativos entre os setores produtores de bens transacionáveis e não-transacionáveis (BS)

Os especialistas apontam que com as variáveis é possível estimar a taxa de câmbio de equilíbrio de longo prazo.

Cotação do dólar

Desde o fim de janeiro o dólar se valorizou cerca de 3%, saindo de R$ 5,07 para atuais R$ 5,23.

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Eduardo Vargas

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