Dólar recua e fecha a R$ 5,64 com quadro fiscal dos EUA no radar

O dólar reverteu a valorização da véspera e fechou nesta quarta-feira (21) em queda de 0,48% em relação ao real, cotado a R$ 5,6422. A moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,6407 e a máxima de R$ 5,6780.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/05/Banner-Materias_-Dkp_-1420x240-2.png

Nos três primeiros pregões desta semana, o dólar recua 0,48%, enquanto a perda acumulada no mês é de 0,61%. Desde o início do ano, o dólar recua 8,71% em relação ao real, que apresenta o melhor desempenho no período entre as divisas da América Latina.

O dia foi marcado por enfraquecimento global da moeda dos Estados Unidos, em meio às preocupações crescentes com o quadro fiscal do país, que perdeu a classificação AAA da agência Moody’s na semana passada. O aumento da aversão ao risco e a queda do petróleo limitaram, porém, o fôlego de divisas emergentes, em especial latino-americanas. Pares do real, como os pesos mexicano e colombiano, foram das raras exceções a amargar perdas em relação ao dólar.

O índice DXY — que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, em especial euro e iene — rompeu o piso simbólico dos 100,000 pontos ao longo do dia, chegando a registrar 99,559 pontos. Esse enfraquecimento reflete, segundo analistas, o avanço de um pacote fiscal no Congresso dos EUA que combina cortes de impostos e aumento de gastos em áreas estratégicas, o que reacende temores sobre o aumento do déficit.

Dólar: como ambiente local impacta o câmbio

Além do ambiente externo, a formação da taxa de câmbio reflete questões domésticas. De um lado, os juros elevados ajudam a amparar o real. De outro, receios fiscais inibem apostas mais firmes, sobretudo de investidores locais, em uma nova rodada de apreciação da moeda brasileira.

“O mercado em geral estava mais nervoso, e a exceção é o câmbio, que está mais comportado. O dólar perde valor no exterior contra outras moedas, como o euro e o iene, e o real está acompanhando esse processo, em virtude da correlação”, afirma o economista-chefe do Integral Group, Daniel Miraglia.

Investidores aguardam para esta quinta-feira (22) o relatório bimestral de despesas e receitas do governo, com provável contenção de gastos, entre bloqueios e contingenciamentos. Ao mesmo tempo, permanecem temores de que o governo adote novas medidas que possam implicar em aumento das despesas.

Com Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2025/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Fernando Cesarotti

Compartilhe sua opinião