Dólar fecha próximo da estabilidade, repercutindo vendas no varejo
O dólar encerrou as negociações desta quarta-feira (6) em leve alta de 0,02%, frente ao real, valendo R$ 5,486 na venda.
O dólar hoje seguiu de olho nas vendas fracas no varejo no Brasil em agosto na margem e na comparação interanual, que reforçam a percepção de desaceleração da atividade econômica.
As vendas do comércio varejista recuaram 3,1% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast que tinha intervalo de queda de 1,4% a alta de 2,4% com mediana de 0,6%.
Na comparação a agosto de 2020, as vendas do varejo recuaram 4,1%. Por essa base de comparação, o resultado também foi pior do que o piso das projeções, que iam de queda de 0,3% a avanço de 5,2% com alta de 2,0% na mediana.
Também seguiu no radar do dólar o relatório ADP de empregos no setor privado americano que mostrou a criação de 568 mil vagas em setembro, com ajustes sazonais. O número veio bem acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam criação de 425 mil postos de trabalho no último mês.
Movimentação do dólar hoje
O dólar americano abriu a sessão de hoje em alta, influenciado pelo avanço dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior, em meio à crise energética na China e Europa que pressiona a inflação global, ajudando a sustentar a aversão a risco nos mercados.
No decorrer da sessão, a moeda norte-americana continuou a ganhar força de olho na criação de emprego nos Estados Unidos e nas vendas no varejo no Brasil.
Notícias que movimentaram o dólar
Além disso, veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:
- Índice de Commodities do Banco Central sobe 2,33% em setembro ante agosto
- Calote da dívida minaria status de Treasuries como ativos de segurança, diz Biden
- Fluxo cambial total em 2021 até 1º de outubro é positivo em US$ 17,741 bi, diz BC
Índice de Commodities do Banco Central sobe
O Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br) subiu 2,33% em setembro ante agosto, informou nesta quarta-feira a autoridade monetária. O indicador passou de 352,27 pontos para 360,47 pontos.
Para efeito de comparação, o BC também divulga em seu documento o indicador internacional de commodities, o CRB, que caiu 0,82% na mesma relação mensal.
A alta do IC-Br na margem em agosto foi liderada pelo segmento de Energia, que subiu 13,51%. O segmento de Metal teve elevação de 0,71%, enquanto o de Agropecuária caiu 0,54%.
No acumulado do ano até setembro, o IC-Br exibe alta de 36,86%, com Agropecuária em alta de 27,71%, Metal com elevação de 32,39% e Energia com avanço de 77,73%. O CRB no período subiu 30,30%.
Calote da dívida minaria status de Treasuries como ativos de segurança, diz Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que um calote na dívida do país minaria o status dos Treasuries como ativos de segurança. A declaração foi dada durante uma reunião na Casa Branca com a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, e executivos de grandes empresas.
“Bloquear a suspensão do teto da dívida não é certo e é perigoso”, afirmou o democrata, em uma crítica ao Partido Republicano. Yellen, por sua vez, disse que o imbróglio fiscal precisa ser resolvido “imediatamente” pelo Congresso. “Nossa frágil recuperação econômica se reverteria em caso de default”, alertou a ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O impasse ocorre porque existe no Senado dos EUA o chamado filibuster (obstrução), uma regra que fixa um mínimo de 60 votos para passar a maioria das legislações. Os democratas possuem 50 assentos na Casa – a metade – e apenas têm maioria porque podem contar com o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris, que acumula o cargo de presidente do Senado. Portanto, para aprovar a suspensão do teto, os governistas precisariam do apoio de pelo menos 10 republicanos, mas a oposição se recusa a fazer um acordo.
Uma alternativa para o partido de Biden seria usar um dispositivo chamado de “reconciliação”, que permite a aprovação de projetos ligados ao orçamento por maioria simples, com o voto de Kamala, o que evitaria a obstrução dos republicanos.
Fluxo cambial fica positivo em setembro
O fluxo cambial do ano até 1º de outubro ficou positivo em US$ 17,741 bilhões, informou nesta quarta-feira o Banco Central. Em igual período do ano passado, o resultado era negativo em US$ 18,774 bilhões.
A entrada líquida pelo canal financeiro neste ano até 1º de outubro foi negativa em US$ 1,675 bilhão. O resultado é fruto de aportes no valor de US$ 398,724 bilhões e de retiradas no total de US$ 400,399 bilhões. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.
No comércio exterior, o saldo anual acumulado até setembro ficou positivo em US$ 19,416 bilhões, com importações de US$ 158,447 bilhões e exportações de US$ 177,863 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 22,949 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 43,311 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 111,602 bilhões em outras entradas.
Cotação do dólar nesta terça (5)
Na última sessão, terça-feira (5), o dólar encerrou em alta de 0,71%, negociado a R$ 5,48.
Com informações do Estadão Conteúdo.