Dólar termina o dia em alta de 0,47%, cotado a R$ 5,221, com temor pelo cenário fiscal

O dólar encerrou as negociações desta quarta-feira (11) em alta de 0,47%, frente ao real, valendo R$ 5,221 na venda.

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O dólar hoje seguiu atento aos cenários fiscal e político. As instituições financeiras projetam que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) atingirá seu pico em 2026, quando alcançar 87% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados divulgados Pelo Banco Central (BC).

No caso da Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), o pico é projetado pelas instituições para o ano de 2027, quando atingiria 70% do PIB. O valor projetado para 2030 é de 69%.

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Movimentação do dólar

Pela manhã, o dólar à vista abriu a sessão em alta, na contramão da queda predominante da moeda norte-americana no exterior. O diretor Jefferson Rugik, da corretora Correparti, observou que a saída de investidor estrangeiros está dentro da regularidade habitual, mas há demanda de importador e de tesouraria de bancos, recompondo posições ainda preocupados com os nossos problemas fiscais, com a votação do projeto de reforma do Imposto de Renda na Câmara, prevista para hoje, e com ruídos políticos.

Durante a tarde, a moeda continuou avançando. O foco dos investidores ainda estava nos desdobramentos da crise política institucional após duas derrotas do presidente Jair Bolsonaro no Congresso ontem à noite.

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O plenário da Câmara rejeitou o voto impresso por 229 votos a favor e 218 contrários, e o Senado aprovou projeto que revoga a Lei de Segurança Nacional (LSN) e outro projeto que define crimes contra o Estado Democrático de Direito, como a interrupção das eleições e o uso de fake news nos pleitos.

Notícias que movimentaram o dólar

Veja algumas notícias que movimentaram o dólar durante a sessão de hoje:

  • Dirigente do Fed defende anúncio de retirada de estímulos em setembro
  • Biden diz confiar no Fed nas ações necessárias sobre inflação nos EUA
  • Fluxo cambial total no ano até 6 de agosto é positivo em US$ 17,089 bi, diz BC

Retirada de estímulos

O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Dallas, Robert Kaplan, defendeu nesta quarta-feira que a autoridade monetária anuncie a retirada de estímulos na reunião de setembro e comece a reduzir a compra de ativos em outubro. “É hora de tirar o pé do acelerador”, disse, em entrevista à CNBC. Isso afetou o desempenho do dólar.

O dirigente voltou a argumentar que a remoção do relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) deve começar em breve, para que a instituição tenha “flexibilidade” na política de juros.

Ele, no entanto, explicou que essas duas variáveis – juros e QE – não estão muito conectadas em suas considerações.

Biden diz confiar no Fed nas ações necessárias sobre inflação nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira que seu governo “confia” que o Federal Reserve tomará as ações necessárias para conter a inflação se necessário.

Durante um pronunciamento, o democrata disse que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho confirmou a desaceleração esperada. “Os empregos estão em alta e a inflação está desacelerando nos EUA”, declarou.

O indicador subiu 0,5% no mês passado, na comparação com junho. No acumulado em 12 meses, o índice permaneceu em 5,4%. O núcleo, por sua vez, registrou avanço mensal de 0,3%, abaixo da previsão de alta de 0,4%, e ganho anual de 4,3%.

Mesmo assim, Biden disse que a Casa Branca monitora a inflação “de perto” e tem tomado ações para aliviar os gargalos na cadeia produtiva.

Fluxo cambial

O mercado de dólar teve o fluxo cambial do ano no radar. Até 6 de agosto o fluxo ficou positivo em US$ 17,089 bilhões, informou nesta quarta-feira o Banco Central. Em igual período do ano passado, o resultado era negativo em US$ 13,252 bilhões.

A saída pelo canal financeiro neste ano até 6 de agosto foi de US$ 1,150 bilhão. O resultado é fruto de aportes no valor de US$ 314,883 bilhões e de envios no total de US$ 313,733 bilhões. O segmento reúne os investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras operações.

No comércio exterior, o saldo anual acumulado até 6 de agosto ficou positivo em US$ 15,939 bilhões, com importações de US$ 124,332 bilhões e exportações de US$ 140,271 bilhões. Nas exportações estão incluídos US$ 18,553 bilhões em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), US$ 37,532 bilhões em Pagamento Antecipado (PA) e US$ 84,186 bilhões em outras entradas.

Cotação anterior do dólar

Na última sessão, terça-feira (10), o dólar encerrou o pregão em queda de 0,96%, negociado a R$ 5,19.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Laura Moutinho

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