Desvalorização do dólar faz rentabilidade de fundo cambiais cair, saques superam aportes

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as saídas financeiras dos fundos cambiais em agosto colocaram a classe de ativos no campo negativo no ano. Apenas no dia 20 de agosto, investidores sacaram R$ 20,6 milhões; no mês, o saldo está negativo em R$ 88,9 milhões. No acumulado de 2024, o dólar caiu cerca de 11% ante o real, e grande parte desses fundos é atrelada à moeda americana.

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O portfólio manager da B.Side Investimentos, Mauro Orefice, explica: “não tem muito segredo, como os fundos são atrelados à variação da moeda, não tem para onde fugir. O câmbio caiu esse ano, e por isso os fundos estão no campo negativo”.

Visão de especialistas sobre o dólar e o real

Quando olhamos para os dados em 12 meses, a captação nestes fundos segue positiva em R$ 101,3 milhões. O Luciano Rais, líder da área de Renda Fixa Mercados da Santander Asset Management, entende que a janela está um pouco mais favorável para quem quer entrar nesta classe de ativos, mas reforça que na sua visão o dólar não deve se desvalorizar muito no curto prazo. “É claro que comparado com o pior momento que a gente observou na virada do ano, o real teve uma valorização considerável, e o investidor pode pensar em recalibrar e reponderar a sua carteira, neste momento”, diz Rais.

O líder do Santander Asset Management relata que o dólar deve se manter mais fraco do ponto de vista global – comparado a moedas de países desenvolvidos (fortes) e emergentes – e que esse movimento local não está necessariamente ligado a uma valorização única do real. “Passamos por duas décadas de fortalecimento do dólar. Então, tem muito espaço para o seu enfraquecimento”, afirma.

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Recomendações para investidores de médio e lono prazo

Com relação ao investidor que está pensando em médio e longo prazo, a recomendação do portfólio manager da B.Side é procurar entender qual a parcela do seu portfólio de investimentos vai estar atrelado ao dólar e, a partir daí, tomar as suas decisões de alocações.

Diversificação como estratégia diante da instabilidade econômica

Para Daniel Miari, CMO e sócio fundador da INCO Investimentos, fintech que conecta opções de investimentos alternativos com investidores, explica que a população está ganhando consciência de que não deve ficar 100% exposta a uma única moeda, nem ficar exposta apenas ao Brasil. Segundo ele, o final do ano passado (2024), quando o dólar chegou a patamares muito altos de forma rápida, fez com que muita gente se assustasse e passasse a entender que não poderia estar com todo o seu portfólio ligado ao real.

Outro ponto que Miari usa para explicar o porquê o investidor deve ter uma parte dos seus recursos atrelados a moedas fortes, em especial o dólar, é a instabilidade econômica brasileira. “Instabilidade gera incerteza, e a incerteza gera a necessidade de diversificação”, afirma.

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Redação Suno Notícias

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