Dólar cai após elevação de juros nos Estados Unidos e decisão do BCE

O dólar abriu em baixa no mercado à vista nesta quinta-feira (27), replicando o sinal predominante no exterior após a elevação de juros de 25 pontos-base nos Estados Unidos ontem, como o esperado, mas ganhou força.

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Perto das 10h50, o dólar caía 0,30%, cotado a R$ 4.727,50.

Na agenda, os investidores olham a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que confirmou as expectativas do mercado e elevou juros em 25 pontos-base, dando suporte ao euro e à libra e ajudando a ampliar ganhos nas Bolsas europeias, principalmente a de Paris e Frankfurt.

Com a decisão, a taxa de refinanciamento do BCE passará de 4% a 4,25%, a de depósitos, de 3,50% a 3,75%, e a de empréstimos, de 4,25% a 4,50%. O ajuste veio em linha com a expectativa de analistas.

Segundo o BCE, a inflação na zona do euro continua desacelerando, mas deverá continuar “muito alta por muito tempo”.

“Futuras decisões vão garantir que as taxas de juros sejam estabelecidas em níveis suficientemente restritivos pelo tempo que for necessário para garantir o retorno oportuno da inflação à meta de médio prazo de 2%”, disse o BCE em comunicado.

O Banco Central Europeu disse ainda que vai continuar dependendo de dados futuros para definir o nível dos juros e por quanto tempo durará sua postura restritiva.

O BCE decidiu também estipular a remuneração das reservas mínimas em 0% e reduzir o volume de juros pagos sobre as reservas.

Indicadores externos

Na quarta-feira (26), o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que um ritmo mais gradual no aperto não significa necessariamente alta dos juros a cada duas reuniões e que existe caminho para um pouso suave na economia dos Estados Unidos. Powell, porém, deixou claro que não havia decisão tomada sobre as próximas reuniões, e que dependerão dos indicadores por vir.

Segundo estimativa inicial divulgada nesta quinta-feira pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu ao ritmo anualizado de 2,4% no segundo trimestre de 2023, O resultado ficou acima da mediana de expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 1,8%.

A leitura inicial mostra aceleração da economia americana em relação ao primeiro trimestre de 2023, quando o PIB dos EUA teve expansão anualizada de 2%.

O Departamento do Comércio informou também que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu à taxa anualizada de 2,6% no segundo trimestre, perdendo força depois de avançar 4,1% no primeiro trimestre. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, aumentou 3,8% entre abril e junho, após alta de 4,9% no trimestre anterior.

O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve, ou Fed, como é conhecido o banco central dos EUA.

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Indicadores internos

Mais cedo, o IBGE informou que o IPP caiu 2,72% em junho, ante queda de 3,07% em maio. Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 2,1 pontos em julho, após subir 1,1 ponto em junho, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador retornou a 91,9 pontos, nível similar ao registrado em fevereiro (92 pontos). O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) subiu 0,6 ponto porcentual nesta leitura, a 81,0%.

Ainda, o Índice de Situação Atual (ISA) recuou 2,9 pontos, a 89,5 pontos. A percepção dos empresários sobre o nível atual de demanda caiu 2,9 pontos, a 92,4 pontos, e sobre a situação atual dos negócios recuou 1,2 ponto, para 91,6 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) diminuiu 1,2 ponto, a 94,4 pontos.

A principal contribuição de baixa partiu do indicador que mede as expectativas em relação à produção física nos três meses seguintes – que recuou 5,2 pontos, a 93,1 pontos, o pior resultado desde fevereiro (90,5 pontos). Em contrapartida, os indicadores que medem o ímpeto de contratações nos próximos três meses e a tendência dos negócios para os próximos seis subiram 0,5 e 1,0 ponto, a 100,5 pontos e 90,3 pontos, respectivamente.

Com Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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