Dólar abre em alta após Boletim Focus prever recessão econômica
O dólar abre em alta, nesta segunda-feira (30), após o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), prever uma recessão da economia brasileira neste ano.
Por volta das 9h20, o dólar variava positivamente a 0,223%, sendo cotado a R$ 5,116 na venda. O mercado está atento às medidas governamentais para amenizar os impactos econômicos do coronavírus no País, conforme divulgado pelo BNDES.
Além disso segue no radar dos investidores a votação do ‘coronavoucher’ nesta segunda-feira no Senado. O impacto nas contas públicas poderá chegar a R$ 60 bilhões.
Boletim Focus
Os especialistas do mercado financeiro, responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 novamente. Na divulgação desta segunda-feira, a estimativa é de uma recessão na economia brasileira, com uma queda de 0,48%.
Na primeira leitura do Boletim Focus deste ano, os economistas previam um crescimento de 2,30% no PIB. Devido aos impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), essa é a sétima semana consecutiva em que a previsão da atividade econômica brasileira é reduzida.
Para o ano que vem, os especialistas do mercado estimam que a economia irá crescer 2,50%.
Já quanto à taxa básica juros da economia (Selic) foi diminuída para 3,50%. Há cerca de duas semanas, o Comitê de Política Externa (Copom) decidiu cortar a taxa de juros mais uma vez, deixando-a em 3,75%, no menor patamar de sua série histórica.
Ajuda do BNDES
Em teleconferência realizada na tarde do último domingo (29), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou que a instituição poderá refinanciar R$ 11 bilhões de pequenas e médias empresas (PME).
A medida acontece em meio aos efeitos da pandemia de coronavírus, que fez com que as empresas, de vários setores e tamanhos, tivessem que fechar.
Outra medida anunciada pelo BNDES na última semana foi o aumento do capital de giro, em R$ 5 bilhões, para micro, pequenas e médias empresas. “Esse produto foi disponibilizado operacionalmente esta semana. Tivemos demanda pelo produto, que envolve agentes financeiros”, disse o executivo.
“A outra medida anunciada semana passada foi a interrupção de pagamentos de seis meses para operações indiretas do BNDES, via agente financeiro. Na próxima semana, os sistemas estarão prontos para que os clientes procurem os bancos privados”, disse Montezano.
O presidente da instituição estatal destaca a suspensão dos pagamentos de empréstimos do BNDES, no total de R$ 30 bilhões, pelo período de seis meses.
Votação do ‘coronavoucher’
O Senado Federal votará o projeto que cria o “coronavoucher” nesta segunda-feira. O auxílio emergencial de R$ 600 será concedido a trabalhadores informais que estão em dificuldade por causa da crise do coronavírus, podendo chegar até R$ 1200 no caso de mulheres que sustentam a família sozinhas.
“Diante da importância do repasse de R$ 600 a R$ 1.200, por três meses, aos trabalhadores autônomos, o Senado cumprirá o seu papel em nome do povo brasileiro e votará o projeto na segunda-feira”, escreveu Davi Alcolumbre, presidente do Senado, em sua conta pessoal no Twitter.
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A aprovação pelo Senado é o último passo no Legislativo, antes da sanção do presidente Jair Bolsonaro, que permitirá que a ajuda se concretize. Após a publicação no Diário Oficial da União (DOU), o dinheiro poderá ser pago para as famílias brasileiras.
O impacto nas contas públicas pode chegar até R$ 60 bilhões. Um montante dividido entre R$ 45 bilhões dos gastos com o voucher, e mais R$ 15 bilhões com a ampliação do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Última cotação do dólar
Na última sessão, sexta-feira, o dólar encerrou em alta de 2,22%, cotado a R$ 5,1066 na venda.
