Dólar abre em alta como o temor de uma recessão nos Estados Unidos

O dólar opera em leve alta nesta quarta-feira (2) com a possibilidade de recessão nos EUA, reforma da Previdência e superávit na balança comercial.

Por volta das 9h30, o dólar registrava uma alta de 0,173 sendo negociado a R$ 4,1678. O mercado segue atento ao pior desempenho da atividade industrial dos EUA desde 2009.

Além disso, segue no radar dos investidores a aprovação da reforma da Previdência no 1º turno do Senado e bons resultados na balança comercial.

Recessão à vista

A atividade industrial dos Estados Unidos reportou uma continuidade em seu declínio no mês de setembro. O resultado apresentado é o pior desde 2009. De acordo com índice da associação profissional do ISM, o resultado foi impulsionado pelas incertezas comerciais, decorridas da guerra comercial.

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O índice de fabricação do ISM caiu 1,3 p.p., chegando a 47,8% no mês passado. A última vez que o país chegou a tal nível foi durante a recuperação da crise financeira de 2008.

As bolsas asiáticas fecharam nesta quarta-feira (2) em baixa, temerosas à possibilidade de contração da maior economia do mundo. Na última terça, em Wall Street, o S&P 500 caiu 1,23%, chegando a 2.924,25 pontos. O Dow Jones recuou 1,28%, com 26.573,04 pontos, e a Nasdaq retraiu 1,13%, a 7.908,68 pontos.

Reforma da Previdência

Na noite da última terça-feira (1), o texto-base da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) da reforma da Previdência foi aprovado. Em 1º turno, o Senado aprovou por 56 votos a 19.

Após a votação de três destaques, os senadores suspenderam a sessão e decidiram votar os destaques pendentes em uma sessão extraordinária, que acontecerá nesta quarta-feira (2), às 11h. Após a análise de todos os destaques, a votação da reforma da Previdência em primeiro turno será concluída.

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Os congressistas esperavam que todos os destaques fossem rejeitados, entretanto, um dos três votados na noite da última terça, foi aprovado. O destaque sobre o abono salarial fez com que o item permanecesse na lei atual.

Caso seja aprovada, a reforma da Previdência será a maior mudança na Constituição desde quando foi promulgada, em 1988.

Balança comercial superavitária

A balança comercial registrou um superávit de US$ 2,246 bilhões em agosto. A informação foi divulgada nesta terça-feira (1) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia.

O resultado da balança comercial do último mês foi o pior em cinco anos, ou seja, desde setembro de 2014. Nesta data, foi registrado um déficit de US$ 946,4 milhões.

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Entre janeiro e setembro, a balança acumula superávit de US$ 33,790. Na comparação anual, o valor indica queda de 19,5%. Nos nove primeiros meses de 2018, o saldo positivo foi de US$ 41,737 bilhões.

No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 133,589 bilhões. O montante é 1,8% menor na comparação anual. As exportações contabilizam US$ 167,739 bilhões, com baixa de 6% ante o mesmo período do ano passado.

Última cotação do dólar

Na última sessão, na última terça-feira (1), o dólar encerrou em alta de 0,166%, sendo negociado a R$ 4,1612.

Jader Lazarini

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