Com dividendos previsíveis e liquidez em alta, SNFZ11 se consolida como referência entre Fiagros

por Fernando Cesarotti 14/07/2025 13:15

O SNFZ11 anunciou dividendos no valor de R$ 0,10 por cota, o maior valor desde a criação do fundo, após reforçar sua receita recorrente com a aquisição de duas fazendas em Gaúcha do Norte (MT). E a combinação entre as informações levou o Fiagro da Suno Asset a uma liquidez recorde: foram mais de R$ 20 milhões de volume financeiro e 2 milhões de cotas negociadas apenas na última quinta-feira (10).

No dia seguinte, um novo marco: o fechamento em R$ 10,20 foi a cotação mais elevada para uma sexta-feira desde a listagem do fundo, que está perto de completar um ano. Investidores que comprarem cotas até o fim do pregão desta terça-feira (15) ainda farão jus aos proventos, que terão pagamento no dia 25 de julho.

A ampliação dos dividendos para um valor próximo a alguns dos principais Fiagros do mercado comprova, na visão da Suno Asset, o resultado positivo da tese de investimentos do fundo, criado para buscar valorização patrimonial por meio do investimento em fazendas em áreas de menor valorização.

As fazendas Xavante e Triângulo da Gaúcha se localizam no mesmo município onde está localizada a Fazenda Coliseu, primeiro investimento do fundo. Elas foram adquiridas com uma previsão de pagamento em 10 parcelas anuais, sendo que a primeira será quitada apenas em fevereiro de 2026, e as seguintes apenas em abril, de 2027 a 2035.

Ao mesmo tempo, a negociação foi conduzida de forma a garantir imediatamente ao fundo a receita do arrendamento das terras à Jequitibá Agro, empresa especializada na operação de lavouras e parceira do SNFZ11 desde a primeira aquisição. Foi esse pagamento, realizado em 30 de junho, que permitiu à Suno Asset já ampliar a distribuição de dividendos a partir do pagamento de julho.

Dividendos previsíveis por um longo período

Embora o relatório gerencial de junho ainda não tenha sido divulgado, os dividendos do SNFZ11 devem permanecer em torno do patamar de R$ 0,10 por um longo tempo, segundo o CIO da Suno Asset, Vitor Duarte. Em live no canal da gestora, ele afirmou que o valor está dentro das receitas recorrentes do Fiagro.

Vale lembrar que a distribuição de dividendos competitivos com outros Fiagros não estava no escopo inicial do SNFZ11. A equipe de gestão estruturou o fundo de forma a garantir alguma distribuição, usando parte da captação inicial para a aquisição de CRAs que possibilitam receita, mas o objetivo principal sempre foi que a rentabilidade aumentasse no médio e longo prazo a partir da venda com lucro dos imóveis investidos.

“O SNFZ11 é o único Fiagro de terras voltado ao investidor comum que paga dividendos recorrentes nesse patamar”, destaca Duarte. Ele cita que outros fundos com essa tese de investimentos pagam rendimentos com intervalos maiores e são voltados para o mercado institucional. Confira abaixo os dividendos do SNFZ11 desde sua listagem:

Os dividendos do SNFZ11 tiveram um crescimento relativo desde o ano passado porque os CRAs que fazem parte do portfólio são atrelados ao CDI, taxa que sobe proporcionalmente ao avanço da Selic. Assim, à medida que a taxa básica de juros subia, a remuneração dos títulos crescia, a ponto de permitir uma distribuição mais robusta. O salto, porém, se dá devido à mudança na formação da receita do fundo.

SNFZ11: entenda como é formada a receita do fundo

Até o mês de maio, a receita do SNFZ11 tinha duas fontes: o arrendamento da Fazenda Coliseu à Jequitibá Agro e os juros dos CRAs, emitidos pela mesma empresa e que ajudam a financiar projetos de incremento da infraestrutura da própria fazenda. Com isso, o Fiagro da Suno Asset lucra não só com o pagamento mensal, mas com a valorização inerente de sua propriedade.

Agora, com a aquisição de mais dois imóveis, a receita de arrendamento será a fonte primordial de arrecadação, enquanto os CRAs poderão, ao longo do tempo, se tornar moeda de troca para o pagamento da aquisição. O atual saldo devedor, em torno de R$ 30 milhões, é suficiente para o pagamento de 6 das 10 parcelas.

E o SNFZ11 não deve parar por aí. Vitor Duarte contou na live que o fundo é consultado o tempo todo sobre negociações e o que o mercado vem ampliando sua atenção para o fato de que terras agrícolas são um investimento certeiro devido à busca por espaços de plantio cada vez mais escassos. “A gente sente um interesse cada vez maior, inclusive por parte de investidores mais sofisticados. Mesmo em meio a incertezas políticas e econômicas, o agro brasileiro vem se mostrando uma ilha de estabilidade e geração de valor”, afirma.

Com governança robusta, uma política de transparência reconhecida pelo mercado e agora o aumento do patamar de dividendos, o SNFZ11 vê sua liquidez crescer e se consolida como referência de investimento ligado ao crescimento do agronegócio brasileiro, uma indústria com vocação global, lastro físico e potencial de longo prazo.