FMI pede a países manutenção dos estímulos econômicos

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, fez um apelo aos países para que continuem a injetar dinheiro para estimular as suas economia.

A economista instou, em fórum online organizado pelos think tanks europeus GLOBSEC, Bruegel e pelo Instituto Montaigne (IM), os países aumentarem os gastos para enfrentar a crise da causada pela pandemia do novo coronavírus e não voltar à austeridade prematuramente. “Minha mensagem é: gastem, gastem, gastem. Por favor, gastem o máximo possível”, afirmou a diretora do FMI.

“Mas guardem os recibos. E tenham em mente que não podemos sobreviver sem crescimento ou esforço”, acrescentou Georgieva.

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Nesse sentido, a economista fez elogios aos governos pelas “enormes medidas fiscais”, que totalizaram cerca de US$ 10 trilhões (equivalente a R$ 51,5 trilhões). Os números são 10 vezes maiores do que os estímulos adotados em função da crise financeira global de 2008.

FMI divulgará projeção de crescimento global

A diretora da instituição internacional já alertou, durante o fórum, que essas previsões serão piores do que as reveladas no mês de abril. O FMI estimava uma queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) global neste ano. O Fundo planeja divulgar as novas projeções no dia 24 de junho.

Georgieva afirmou ainda que a maioria dos países deve observar sua previsão de crescimento revisada para baixo. Ao mesmo tempo, um “pequeno grupo” deve ver suas projeções revisadas para cima.

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“Concordo plenamente que devemos ter muito cuidado para não retirar o apoio (financeiro) muito rapidamente”, afirmou a economista do FMI. “Lembrem-se que fizemos isso após a crise financeira global e teve consequências negativas não intencionais por algum tempo”, acrescentou.

A crise induzida pela pandemia do covid-19 aumentou as desigualdades ao redor do mundo. Nesse sentido, Georgieva contemplou a necessidade apoio ainda mais crucial neste momento.

“Temos que pensar em maneiras de gastar melhor o dinheiro público”, defendeu a economista. Ela pediu ainda que usemos esse período para proteger a economia e fazer investimentos em favor da economia do futuro, que gerará crescimento.

O FMI, com sede baseada em Washington nos Estados Unidos, já forneceu bilhões de dólares em financiamento de emergência à países em necessidade desde o início da crise.

Arthur Guimarães

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